Números e destaques: raio-x do Haiti, rival do Brasil na Copa
O sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2026, realizado nesta sexta-feira (5), definiu os adversários do Brasil na competição. Um desses rivais será a modesta seleção do Haiti, que disputará seu primeiro Mundial em 52 anos.
Os Granadeiros – como são apelidados – garantiram sua vaga na última rodada das Eliminatórias da Concacaf. O Haiti venceu a Nicarágua por 2 a 0 e, com o empate em 0 a 0 entre Costa Rica e Honduras, sacramentou sua participação na Copa do Mundo de 2026.
Desde então, a expectativa dos haitianos em disputar a competição só aumentou. Principalmente quando se analisa o contexto político-social extremamente complicado que o país vive.
O conflito que abala o Haiti
Desde janeiro de 2022, mais de 16 mil haitianos foram assassinados em decorrência da violência de gangues. Somente neste ano, mais de 1,4 milhão de pessoas – metade delas crianças – fugiram de suas casas, impulsionadas pela escalada de ataques e pelo colapso climático.
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Por todo o país, secas e colheitas perdidas em áreas rurais obrigam agricultores a migrar para cidades superlotadas, onde a infraestrutura já insuficiente não consegue conter doenças nem o sentimento de desespero coletivo.
Acredita-se que grupos armados controlem cerca de 90% da capital Porto Príncipe. Eles queimam plantações, matam civis e forçam famílias a abandonar suas terras.
É um Haiti mergulhado na violência e que não tem um presidente eleito desde 2015, quando Jovenel Moïse assumiu o cargo. Ele foi morto a tiros em sua casa em julho de 2021. Desde então, o país caribenho é liderado por um Conselho Presidencial de Transição (CPT), que pretende convocar novas eleições daqui a três meses.
“Eles chegaram sem avisar e queimaram nossas plantações. Corremos para salvar nossas vidas. Os que não fugiram foram mortos. Dois dos meus irmãos foram assassinados”, relatou um cidadão haitiano ao jornal inglês “The Guardian”.
Quem são os principais destaques do Haiti?

Apesar da pouca experiência, a seleção do Haiti tem alguns jogadores que valem prestar atenção. O principal dele é Jean-Ricner Bellegarde, meia do Wolverhampton, da Premier League, que é a grande referência técnica da equipe.
Bellegarde é um atleta com ótima visão de jogo, dono de passes curtos e longos que podem complicar a vida da Seleção. Além disso, é um jogador técnico, capaz de construir suas próprias finalizações.
Além de Bellegarde, o zagueiro Hannes Delcroix é outro atleta que atua na Premier League e que merece destaque. Jogador do Burnley, o defensor de 26 anos é a principal referência do setor defensivo da equipe.
O centroavante Fabrice Picault, do Inter Miami, é a principal esperança de gols da seleção para a Copa do Mundo. O atacante de 34 anos é um dos mais experientes do elenco e promete ameaçar a meta brasileira.
Quem é o treinador do Haiti?
O treinador do Haiti é o francês Sebastien Migné. O técnico de 52 anos assumiu o cargo no ano passado e foi um dos principais responsáveis por garantir os haitianos no Mundial de 2026.
Inicialmente assistente técnico de Jean-Pierre Papin no Strasbourg e no Lens, Migné fez carreira treinando seleções africanas. O francês comandou as equipes de Congo, Quênia e Guiné Equatorial antes de voltar ao comando de um clube: o Marumo Gallants, da África do Sul.
Entretanto, Migné ficou apenas sete jogos no clube sul-africano e, em 2024, assumiu o comando da seleção do Haiti. Desde então, acumula 13 vitórias em 20 jogos, com um aproveitamento de 65%.
Jogos entre Brasil x Haiti
Ao todo, o Brasil enfrentou Haiti em três ocasiões na sua história, apesar de nenhuma ter sido em uma Copa do Mundo. A Seleção é soberana no retrospecto: três goleadas.
O duelo mais marcante entre as duas equipes foi o realizado em 2004, nomeado de “O Jogo da Paz”. Nesta ocasião, o Brasil goleou Haiti por 6 a 0, com direito a três gols de Ronaldinho Gaúcho.
O Jogo do Paz com Ronaldo, Ronaldinho e cia
Em 18 de agosto de 2004, o futebol viveu um dos episódios mais simbólicos de sua relação com ações diplomáticas em Porto Príncipe. O chamado “Jogo da Paz” levou a Seleção Brasileira – então campeã mundial e com jogadores como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos – para uma partida no Haiti, país que atravessava um período de instabilidade política e social.
A iniciativa integrou a missão de paz da ONU, liderada pelo Brasil, e envolveu uma operação logística e de segurança de grande porte. Imagens dos jogadores brasileiros circulando em veículos blindados do Exército pelas ruas da capital, acompanhados por uma grande concentração de moradores locais, marcaram o contexto da visita.
No Estádio Sylvio Cator, lotado, o aspecto esportivo teve menor relevância em relação ao caráter institucional do evento. Ainda assim, o Brasil venceu a partida por 6 a 0, com três gols de Ronaldinho Gaúcho, dois de Adriano e um de Roger.
Retrospecto Geral de Brasil x Haiti
21/04/1974 — Amistoso
Brasil 4 x 0 Haiti — Vitória do Brasil
18/08/2004 — Amistoso
Haiti 0 x 6 Brasil — Vitória do Brasil
08/06/2016 — Copa América
Brasil 7 x 1 Haiti — Vitória do Brasil

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