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Luiz Henrique revela bastidores de Ancelotti: “Leva a Seleção às alturas”

Por Lucas Pires e Rodrigo Calvino

Presença constante nas convocações da seleção brasileira desde o ano passado, Luiz Henrique se manteve na lista de jogadores da amarelinha com a chegada de Carlo Ancelotti.

Essa não é a primeira oportunidade que o atacante ex-Fluminense e Botafogo, atualmente no Zenit, da Rússia, tem de trabalhar com um treinador estrangeiro. No Alvinegro, por exemplo, foi treinado por Artur Jorge, que é português. No clube de São Petersburgo, é comandado pelo russo Sergei Semak.

Em meio aos comentários negativos de ex-técnicos brasileiros para estrangeiros, Luiz Henrique abriu o jogo ao 365Scores sobre como é trabalhar ao lado de Carlo Ancelotti. Segundo o atacante, apesar de ser um símbolo pelo pesos de todos seus títulos, o italiano é, acima de tudo, companheiro dos jogadores.

“O Ancelotti é um cara excelente, sabe? Ele ajuda muito os jogadores. É um cara que, ali na hora do trabalho, vamos trabalhar sério. Todos focados no trabalho para que a gente leve isso para a partida. Mas quando está num momento de brincadeira, ele brinca com todo mundo, é um cara resenha. Chama todo mundo para brincar”, iniciou.

“Isso que leva a Seleção às alturas. É um treinador que também tem um nome muito grande, conquistou muitos títulos e isso é muito importante. Na hora da brincadeira ele brinca, mas quando estamos trabalhando, é a hora para levar a sério para que a gente possa memorizar tudo nos treinamentos e levar para dentro da partida”.

Apesar de reserva, Luiz Henrique não é do tipo de jogador que entra nos minutos finais sob o comando de Carlo Ancelotti. Pelo contrário, o ponta do Zenit vem sempre impactando no decorrer das partidas.

Isso já acontecia desde a época de Dorival Junior como treinador da Seleção. Na Data Fifa de outubro do ano passado, por exemplo, LH entrou contra o Chile e marcou, assim como na goleada contra o Peru. Mais recentemente, também frente aos chilenos, deu assistência com apenas 25 minutos em campo na goleada no Maracanã.

“Claro que eu quero ser titular, estar ajudando a seleção brasileira. Mas a Seleção tem muitos jogadores excelentes, de alto nível. Sempre vou esperar a minha oportunidade, não importa como titular ou reserva”, comentou.

“O importante é a gente ser um grupo para que, na hora, você mostre o seu talento para ajudar a seleção brasileira. O que importa é que, quando eu entro, posso mostrar meu talento e ajudar, e isso para mim não tem preço”.

“Quero sempre ajudar a Seleção a ganhar jogos, títulos. Isso é o que importa e eu estou feliz com esse momento, independente de entrar no segundo tempo. O que importa é que eu estou entrando para mostrar meu futebol”, reforçou.

Luiz Henrique não temeu ser “esquecido” na Rússia

Luiz Henrique pelo Zenit
Foto: Mike Kireev/NurPhoto via Getty Images

Mesmo com propostas de grandes ligas europeias, Luiz Henrique optou por ir para o futebol russo e se tornou jogador do Zenit. Um dos questionamentos sobre a decisão foi se ele seria esquecido ou não, perdendo vaga na Seleção.

Ao escolher ir para a Rússia, Luiz Henrique sabia que as dúvidas surgiriam. Ele diz, porém, que desde o primeiro momento não se deixou abalar e manteve o foco no trabalho, sendo recompensado com novas convocações.

Desde que chegou na Rússia, em janeiro deste ano, Luiz Henrique perdeu apenas uma convocação de Carlo Ancelotti. Ao todo, o italiano realizou quatro, com LH presente em três delas — incluindo a mais recente, para os jogos contra Senegal e Tunísia nos dias 15 e 18.

“Eu sabia que quando eu viesse para o Zenit iria rolar isso de outros torcedores e parte da mídia que eu seria esquecido, que não ia ser convocado. Mas desde o primeiro dia que decidi, eu falei que, com meu trabalho e minha personalidade e humildade, não seria esquecido”, revelou.

“Continuei com meu foco, trabalhando para que eu pudesse chegar no meu objetivo que é a seleção brasileira. Todos os membros da comissão técnica e dirigentes reconheceram o trabalho que venho fazendo aqui no Zenit e me chamaram para a Seleção”.

Desde o primeiro momento não desacreditei no meu potencial. Eu sabia que iria surgir uma oportunidade de eu estar na seleção brasileira e isso vem acontecendo muitas vezes. Preciso seguir no foco do meu trabalho aqui no Zenit para estar na Copa do Mundo”, concluiu.

Outras respostas de Luiz Henrique na entrevista ao 365Scores:

  • Como está sendo a adaptação ao futebol russo? As maiores dificuldades?

“Alguns brasileiros jogam aqui há bastante tempo. O Douglas Santos, o Wendel, que estão aqui cinco, seis anos. O mais importante de tudo é que também tem um auxiliar técnico nosso que é brasileiro e também ajuda com a gente falando, traduzindo tudo que o treinador russo fala para a gente. Fica mais fácil para o jogador se adaptar dentro de campo e também fora de campo.”

  • Alguns deles já foram até rivais, né? O Gerson, o próprio Nino você chegou a enfrentar. Como é a relação com esses jogadores?

“A gente já se conhecia há muito tempo. Quando eu estava no Brasil e surgiu a oportunidade de vir para o Zenit, o Nino foi o primeiro que me mandou uma mensagem falando que o clube é excelente, falando da estrutura , que o clube é muito familiar”.

“Ajuda muito ter um jogador assim, que já conhece o clube, já tem intimidade junto com outros jogadores também. Me mandar mensagem ficou mais fácil para mim. Esses jogadores me ajudaram muito.

Eu cheguei antes do Gerson, já joguei contra ele também no Flamengo. Aí fui eu que mandei mensagem para ele, falando do clube e da cidade, então isso facilita mais para a gente. Todos os jogadores, não só os brasileiros, mas os russos também, vão ajudar muito no dia a dia.”

  • Por que a Rússia? Como foi essa escolha?

“Foi uma decisão minha com família e esposa. Viemos para cá porque sabíamos que era um campeonato muito bom, que tem visibilidade. E o clube disputa sempre as finais, ganha as finais. Quando eu estava no Brasil eu via o Zenit disputando uma final, terminando em primeiro no campeonato, brigando ali em cima pelo título. Por isso, eu decidi vir para cá. E também porque têm muitos brasileiros, o que facilita jogar no futebol russo.”

  • Como está sendo a experiência de atuar pela seleção brasileira?

“Pra mim está sendo incrível estar entre os melhores da seleção brasileira, estar podendo ajudar. Isso sempre foi o meu sonho, de estar vestindo a camisa da Seleção, representar o meu país. Isso nunca vai mudar para mim, quero sempre ajudar e contribuir com o meu talento, esforço e garra para que possamos chegar lá na frente e coroar essa Copa do Mundo que a Seleção merece.”

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Lucas Pires

Jornalista graduado pela ESPM do Rio de Janeiro que, além de compartilhar histórias, gosta de mostrar o lado curioso delas. Editor com redação voltada para esportes americanos, lutas e futebol como um todo.

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