MVP de finais e no Hall da Fama do basquete: quem é Chauncey Billups
Não é todo dia que uma polêmica de grande escala rouba a cena da NBA. Foi isso que aconteceu na quinta-feira (23), quando Chauncey Billups e Terry Rozier foram presos pelo FBI por suposto envolvimento em escândalo de apostas esportivas.
Renomado na maior liga de basquete do mundo, Billups era treinador do Portland Trail Blazers, mas em meio a situação, deixou o cargo para o brasileiro Tiago Splitter. Chauncey já foi liberado da delegacia, mas seguirá sendo investigado ao longo dos próximos dias, semanas e até meses.
Para quem chegou agora, Chauncey Billups pode ser só mais um treinador promissor da NBA, vide que estava comandando seu primeiro time da carreira. Fato é que ele foi um dos grandes jogadores na história da liga, não só sendo campeão, como também o MVP das Finais e eleito para o Hall da Fama do basquete.
Início no basquete
Nascido em Denver, no Colorado, Chauncey Billups se formou na escola em 1995. Na George Washington High School, já dava seus primeiros indícios de que poderia levar o basquete como profissão, sendo eleito o Jogador do Ano do estado, além de ser eleito o “Mr. Basketball“.
Seu nome ficou ainda mais marcado no estado por recusar propostas de grandes faculdades, seguindo para a Universidade do Colorado. O que lhe credenciou oficialmente para a NBA foram os desempenhos na segunda e última temporada, levando a Universidade do Colorado ao segundo lugar da Big 12 — uma das melhores conferências do basquete universitário.
Ele ainda levou o time para o torneio final da NCAA, o famoso “March Madness”, pela primeira vez em 28 anos, sendo eliminado por North Carolina na segunda rodada.
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Começo conturbado da NBA
Badalado e alto nas cotações do Draft, Chauncey Billups foi selecionado na terceira escolha geral do Draft de 1997 pelo Boston Celtics. Apesar da grande expectativa, a realidade foi outra: adaptação ruim com o técnico Rick Pitino, tendo médias de 15 pontos em 16 minutos como reserva.
Por ser uma das maiores franquias da NBA, o Boston Celtics também tem uma margem de erro menor e, por isso, ainda na sua primeira temporada (1997/98), trocou Billups para o Toronto Raptors. Foram 50 jogos pelo time de Massachusetts antes de chegar no Canadá — onde também não foi bem.
O início foi promissor, marcando 27 pontos, sua melhor marca da carreira, no segundo jogo. Uma nova expectativa foi criada para a temporada seguinte (1998/99), quando poderia começar do zero pelo Toronto. Em janeiro, mais uma vez às vésperas do fim do período de trocas, ele mudou de time de novo, agora voltando para casa, negociado com o Denver Nuggets.
Realizando um sonho, Billups seguia vivendo seu pesadelo sem conseguir se adaptar. Ele seguiu sendo trocado. Saiu dos Nuggets para o Orlando Magic, e depois para o Minnesota Timberwolves. Reserva em todos os times, parecia estar com os dias contados na NBA.
Renascimento em Detroit
Agora agente livre, Chauncey Billups usou seus dois anos no Minnesota Timberwolves para evoluir. Mesmo querendo voltar ao time de Mineápolis, porém, a diretoria preferiu não oferecê-lo um novo contrato. Foi aí que surgiu sua salvação: o Detroit Pistons.
Equipe tradicional e conhecida pelo sucesso nos anos 80 com os “Bad Boys“, Detroit estava empenhado em voltar ao topo da liga. Para isso, um investimento pesado para a época, contratando Billups em um contrato de 5 anos e 35 milhões de dólares.
Com uma defesa impecável, os Pistons terminaram a temporada de 2002/03 em primeiro ligar da Conferência Leste, com campanha de 50-32. Billups caiu rápido nas graças dos torcedores, passando a ser chamado de “Mr. Big-Shot”. Mal sabiam eles que o melhor ainda estava por vir.
A campanha dos Pistons nos Playoffs de 2003 foi histórica. Na primeira rodada, a equipe perdia a série contra o Orlando Magic por 3 a 2. No Jogo 6, Billups marcou 40 pontos para forçar o Jogo 7, onde também foi decisivo, marcando 37 pontos e classificando Detrois.
Nas semifinais, contra o Philadelphia 76ers de Allen Iverson, uma vitória tranquila por 4 a 2. Nas finais, porém, uma varrida sem dó contra o New Jersey Nets, que culminou na demissão de Rick Carlisle.
Título da NBA e MVP das Finais
Depois de bater na trave, os Pistons voltaram determinados para a temporada de 2003/04. Com médias sólidas, Billups seguia sendo o maestro da equipe. A campanha foi ainda melhor na temporada regular, com 54 vitórias e 28 derrotas, mas terminando apenas em terceiro lugar da Leste.
Nos Playoffs, vitórias por 4 a 1 contra Milwaukee, 4 a 3 contra os Nets e 4 a 2 contra Indiana. Nas finais, um grande desafio: o Los Angeles Lakers de Kobe Bryant e Shaquille O’Neal, que vinham de dois títulos consecutivos.
O favoritismo ficou fora das quadras, com Detroit impondo sua defesa para neutralizar os Lakers e vencer a série por 4 a 1. Foi o segundo título na história da franquia, com Billus tendo médias de 21 pontos e se consagrando como o melhor jogador das finais.
Com a base mantida, Detroit voltou às finais na temporada seguinte, mas perdeu para o San Antonio Spurs em sete jogos. Foram mais alguns anos pelos Pistons, colecionando seleções para o All-Star Game e time ideal defensivo.
O tempo foi passando e Detroit perdia sua força. Os primeiros sinais de queda apareceram na temporada 2005/06, quando perderam as finais de conferência para o Miami Heat. O mesmo aconteceu nos três anos seguintes, falhando para voltar às Finais da NBA em todos eles.
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Fim da carreira e Hall da Fama
Em novembro de 2008, já aos 32 anos, Billups voltou para os Nuggets na intenção de uma última aventura na sua cidade natal. Ao lado de jovens como Carmelo Anthony e JR Smith, a equipe do Colorado desempenhou bem, alcançando campanha de 54-28, recorde da franquia na época. A dupla levou o time às finais de conferência, mas perderam para o Lakers por 4 a 2.
Foram mais duas temporadas por lá, porém, sem sucesso, caindo na primeira rodada dos Playoffs. Daí, então, Billups voltou a se aventurar pela NBA, postergando sua aposentadoria.
Nos últimos anos de carreira, o armador atuou pelo New York Knicks, Los Angeles Clippers e, de novo, no Detroit Pistons, onde se aposentou em 2014. Foram 17 anos de NBA para ele.
Até hoje, seu legado vive em Detroit, com sua camisa de número 1 aposentada pela franquia em 2016. Billups voltou à NBA em 2020 para ser assistente do Los Angeles Clippers e, em 2021, assumiu o comando técnico do Portland Trail Blazers. Em 2024, foi eleito para o Hall da Fama do basquete.
Números e conquistas de Chauncey Billups na carreira
- Naismith Memorial Basketball Hall of Fame (2024)
- Campeão da NBA (2004)
- MVP das Finais (2004)
- Cinco vezes All-Star (2006-2010)
- Três vezes All-NBA
- Segundo time ideal (2006)
- Terceiro time ideal (2007 e 2009)
- Duas vezes All-Defensive
- Segundo time (2005 e 2006)
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