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Paquetá relata negociação com Flamengo e conversas com Filipe Luís: “Tentei muito”

Lucas Paquetá passou por dois anos complicados na vida pessoal e profissional com a acusação de manipulação de resultados na Inglaterra. No entanto, o jogador foi absolvido e agora vive mais tranquilo. Neste período, chegou a negociar por duas vezes o retorno ao Flamengo, mas não se concretizou.

Em entrevista ao Ge, Paquetá relatou que o primeiro contato aconteceu logo no início do processo da acusação de manipulação de resultados. Marcos Braz, ex-dirigente do clube, chegou a ir para Inglaterra fazer uma oferta.

“Na verdade, foram dois momentos diferentes. O primeiro momento era ainda quando o (Marcos) Braz estava estava no Flamengo, existiu esse contato. Eu sei do desejo do Flamengo, e eles sabem do meu desejo, da minha paixão pelo clube, então é algo que sempre acontece. Assim que eu fui acusado, que ia iniciar todo o processo de julgamento, o Braz foi à minha casa, fez a proposta, perguntou o que eu pensava.”

A gratidão pelo West Ham, contudo, pesou e evitou a forçar a barra para sair. O contrato com o clube inglês é válido até junho de 2027, com opção de renovar por mais um ano.

“Óbvio, eu sempre quero voltar para o Flamengo, mas naquele momento ainda estava meio balançado da minha decisão, do que eu ia fazer, e aí eu conversei com o diretor do West Ham também e falei: Braz, eu quero voltar, sei que vou me sentir bem no Flamengo, mas não posso ser ingrato com o clube que está me apoiando muito.”

“Eles me apoiaram muito em todos os momentos, me ajudaram em diversas situações, então eu não podia forçar uma saída de um lugar onde estava sendo acolhido, respeitado. Eles respeitavam a mim, minha esposa, minha família. Então eu falei assim: eu quero que vocês resolvam isso. Mas existiu, sim, essa troca com o Flamengo.”

Depois, mais no fim do processo, houve um novo interesse do Flamengo e aconteceram conversas com o técnico Filipe Luís. A cria do Ninho contou da vontade em retornar, mas novamente o carinho pelo West Ham influenciou.

“O segundo momento, por incrível que pareça, foi quando eu já sabia que poderia continuar jogando normalmente. Foi quando eu senti mais vontade ainda de voltar ao Flamengo. Talvez eu nem pudesse falar isso, mas eu tive algumas conversas com o Filipe (Luís), que é um amigo, além do trabalho que ele está fazendo no Flamengo. Eu realmente demonstrei o desejo de voltar e também demonstrei aos meus empresários.”

“Era uma decisão difícil, porque eu tenho 28 anos, é muito cedo e ainda tenho muito mercado aqui fora, venho fazendo meu trabalho bem feito, mas era um desejo muito grande. E eu tentei muito, só que infelizmente mais uma vez entrei naquela de respeitar o meu clube, de não forçar nada, porque é um clube que me apoiou, que eu tenho carinho enorme. Então deixei acontecer e realmente não aconteceu. Eu entendi que não era o momento, mas as portas sei que vão estar sempre abertas para mim. Sei que em algum momento essa volta vai acontecer.”

Negociação com Manchester City e prejuízos da acusação

Além das propostas do Flamengo, Lucas Paquetá teve perto de ir para o Manchester City, mas a acusação atrapalhou e melou a transferência. O brasileiro contou que teve esse prejuízo na carreira e também psicológico.

“Todo mundo sabe que realmente eu tinha uma transferência para o City. Provavelmente eu assinaria na semana que recebi a carta (da Federação Inglesa). Falando profissionalmente, eu perdi isso, essa transferência, dar um salto na minha carreira. Psicologicamente, acho que foi onde eu mais fui afetado, pelo medo dessa indecisão, a incerteza do meu futuro, apesar de saber quem eu sou, o que eu faço, o que eu fiz. Mas, devido às circunstâncias que eram as investigações e da forma com que a federação fazia tudo, isso gerava um medo na gente.”

“Psicologicamente, foi difícil para mim, tive acompanhamento psicólogo para poder lidar com tudo isso, alguns problemas. Mas, como eu disse, ter entendido o porquê de tudo, que foi uma obra de Deus, para poder compartilhar um pouco desse meu encontro com Ele, ser um testemunho de fé, de resiliência, acho que isso é que eu levo, foi a minha vitória. Eu estou feliz, muito mais leve. Esse medo ficou para trás. O que diziam que seriam três meses que eu tinha durou dois anos e eu pude comprovar a minha inocência, vencer esse caso e poder fazer o que eu amo normalmente.”

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Fellipe Perdigão

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