Mano Menezes é apresentado no Corinthians e foca em organização: “80% do futebol é posicionamento”

Na tarde desta sexta-feira (29), o técnico Mano Menezes foi apresentado oficialmente no Corinthians e falou sobre organização em sua primeira coletiva. Além disso, o comandante também negou que planeja cortar atletas com idade mais avançada.

“Quando a gente recebe pela terceira vez um convite para dirigir o Corinthians, o orgulho que é voltar pela terceira vez para uma casa como essa. O que me levou a aceitar foi um retorno ainda esse ano, que não era a primeira ideia, é exatamente o relacionamento e respeito que construímos anteriormente. Esse comprometimento, gratidão mutua, me fez voltar. Recebi com surpresa, não esperava. Nenhum presidente contrata um treinador pensando em interromper o trabalho. Toda direção quando estabelece um contrato, é bom que se leve até o fim. Mas as vezes o futebol toma caminhos diferente. Quando recebi a consulta, fui pego de surpresa”, afirmou o treinador.

“Recebi uma consulta, quando isso acontece a gente responde se está aberto ou não e eu disse que não porque estava em meio a um trabalho. Declarações pós jogo como essa, boas ou não, infelizes as vezes, está do outro lado, quer ganhar como todo mundo. O corintiano sabe que eu visto a camisa e faço as mesmas declarações para defender o lado que eu estou. O futebol é assim. Quem dá tantas entrevistas, ás vezes escapa uma bobagem”, relembrou Mano Menezes sobre as investidas anteriores do Timão.

Além disso, Mano Menezes também analisou o time mais a fundo no aspecto técnico e tático. O comandante ressaltou a importância da organização da equipe para os próximos jogos, mesmo em um curto espaço de tempo. Além disso, negou que pretende cortar jogadores com idade mais avançada.

“Eu acredito muito em ideia e conceito de jogar. Todos os jogadores precisam disso. Esse é o papel do técnico. O que eu quero fazer em curto prazo, com traços simples e objetivos, pq não irá fazer coisas complexas em pouco tempo. Esses traços para o que os jogadores saibam o que queremos fazer nas partidas. Para que possamos fazer bem feito. Se eu não deixar bem claro, haverá uma confusão”, analisou o treinador.

“80% de futebol é posicionamento. Os times são parecidos tecnicamente. Raramente tem jogadores tão fora de série no Brasil. Os outros estão em um nível parecido. O que faz diferença são ideias, conceitos, execução, entrosamento. E se a diferença técnica não é tão grande, o coletivo faz diferença. É o que dá para fazer, não inventar coisas mirabolantes”, afirmou Mano Menezes.

“Não, não gosto da palavra laboratório em futebol. A gente sempre faz avaliação. Quem acha que a avaliação é feita em dezembro não entende. O jogador entra em um mal ou bom momento, o clube sai perdendo ou não. As coisas são muito mais constantes e complexas. Não vim aqui para tirar jogador porque está com 38 ou ficar porque esta com 21. Vim escolher o melhor para o Corinthians. Não existe essa história de tirar todo mundo e ficar só com jovem, essa ideia não se sustenta em lugar nenhum. Não tenho nada contra idade”, disse o técnico.

Veja mais temas da coletiva de apresentação de Mano Menezes:

Nova passagem pelo Corinthians

“Eu não acho que as coisas se repetem, todas as situações são diferentes. Essa pode ter alguns traços semelhantes, mas será vivida. O que conversei muito com o presidente e o Alessandro, é estabelecer uma relação para sustentar no futebol as coisas que acontecem em um ano de eleição. Evitar que elas venham para o futebol, porque não combinam. Questões políticas, o presidente trata, e eu das técnicas”.

Trabalhos anteriores com jogadores do Timão

“É bom ter jogadores que trabalham com a gente, quase toda a defesa trabalhou comigo. Ajuda porque tem algumas questões de padrão, que vão se repetir a cada jogo, e já ter um conhecimento do que o treinador gosta, encurta caminho. Só não podemos esquecer que estamos um pouco mais velhos. Ai temos que conhecer os atalhos para contrabalancear com a juventude que perdemos um pouco. A equipe tem uma capacidade técnica boa. Vem fazendo uma Sula que surpreendeu e que coloca o clube numa possibilidade de jogar uma final. Fez um jogo parelho (com o Fortaleza) e esse é o objetivo maior desses dias que temos pela frente. Mas não menos importante o clássico antes. Vamos jogar um jogo de cada vez”.

Elenco do Corinthians

“Encontrei um grupo disposto, é sempre o primeiro passo. Não temos referências de ter um problema interno, de alguém não estar disposto. Foi possível ver isso nos jogos, entendemos de comportamento. Estamos acostumados com isso. O Vanderlei fez um bom trabalho aqui, a dificuldade é grande. Venho para fazer o segundo momento. As comparações não existem por parte da gente, não é elegante, cada um tem um jeito. Eu vou tentar fazer o melhor com esse grupo e penso que temos capacidade”.

Trabalho com os jovens

“Eu sempre trabalhei com jovens, por onde passei. Primeira vez tinha Dentinho, Lulinha. Vários jogadores jovens em um momento difícil na Série B. Na segunda colocamos Malcon, que foi titular, Arana, sempre onde passamos colocamos jogadores e trabalhamos na formação final deles. Não basta só colocar lá. Vai oscilar. Quando está lá dentro, as pessoas não querem saber se é jovem. Se errar, é crucificado”.

Ambiente tranquilo no Corinthians

“Sabe que quem não conhece o dia a dia do Corinthians, imagina que internamente é o turbilhão que se enxerga lá fora. E não é, é um dos clubes que mais da tranquilidade para os profissionais. tem sido uma marca do Corinthians”.

Renato Augusto

“Eu penso que um jogador diferenciado tem que jogar o maior número de vezes possível. Se uma equipe se apoia muito nele, a equipe sente muito sem. Vamos procurar administrar bem as questões, poupando durante os jogos. Na segunda passagem, o Renato vivia uma situação parecida, jogando poucos jogos. O trabalho continuo entre os profissionais fez com que ele fosse muito participativo nas outras duas temporadas. Mas precisa mais gente para não ser só coadjuvante, não pode ter apenas um ou dois jogadores. Vamos trabalhar para que a equipe esteja mais próxima, para correr menos, ficar mais com a bola”.

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