Lucas Ribeiro fala sobre indicação ao Puskás e negociação com o Fluminense: “Seria um prazer”
O meia-atacante Lucas Ribeiro esteve próximo de reforçar o Fluminense na última janela de transferências. Na época, o brasileiro de 27 anos estava no Mamelodi Sundowns e sofreu com a dificuldade imposta pelo clube sul-africano, adiando o sonho de atuar profissionalmente no Brasil.
O Fluminense formalizou proposta, assim como um clube do Catar, mas o Mamelodi Sundowns não queria liberá-lo facilmente. Em entrevista exclusiva ao 365Scores, Lucas Ribeiro esclareceu a situação pela primeira vez e lamentou não poder se transferir ao clube carioca.
“Tive alguns contatos com o presidente do Fluminense (Mário Bittencourt) e alguns jogadores que jogaram pelo clube. A minha questão era que o Sundowns estava numa situação muito difícil para me deixar sair. Em nenhum momento, o clube chegou e falou as propostas que tinha para a gente”, contou o brasileiro.
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Sem a liberação do Mamelodi Sundowns, Lucas Ribeiro quebrou o contrato e recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) e ao Tribunal da Fifa. Enquanto o processo está em curso, o jogador atua pelo Cultural Leonesa, da segunda divisão da Espanha, com vínculo até junho de 2026.
“Não posso tocar muito no assunto do Sundowns, mas eu nunca fechei as portas, nunca disse que queria sair, mas o clube sabia o meu desejo de voltar pro Brasil porque tinha minha família.”
“Tinha esse desejo (de voltar) desde quando eu saí do Brasil. E quando veio esse momento, claro que fiquei empolgado e queria achar uma solução. Acontece que não teve uma boa conversa, não da minha parte porque sempre estive aberto.”
Mesmo sem chegar a um acordo, Lucas Ribeiro ficou contente com o interesse do Fluminense. Ele revelou que não acreditou na oportunidade e espera uma nova chance de jogar no Brasil nas próximas janelas.
“Fiquei muito feliz com a proposta do Fluminense, um clube grandíssimo, seria um prazer poder vestir essa camisa, mas acabou não acontecendo por conta da situação. “
“Todo mundo sabe que meu sonho era poder voltar pro Brasil. No momento, quase nem acreditava que o Fluminense tinha entrado em contato. Infelizmente, acabou não acontecendo, espero que possa ter outra oportunidade.”
Lucas Ribeiro é um dos candidatos ao Prêmio Puskás
O meia-atacante foi indicado pela Fifa ao Prêmio Puskás pelo gol contra o Borussia Dortmund na fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes. O brasileiro arrancou do meio-campo até a grande área, passou pelos adversários e anotou o primeiro gol do Mamelodi na derrota por 4 a 3, em 21 de junho.
Na entrevista exclusiva ao 365Scores, Lucas Ribeiro contou que não imaginava ser indicado ao Puskás e que ficou sabendo através da postagem de um ex-companheiro do Mamelodi Sundowns. Além disso, afirmou que acredita na conquista do prêmio.
“Eu nem imaginava isso, nem passava pela minha cabeça (ser indicado ao Prêmio Puskás). Eu vi (a indicação) porque um amigo que jogou comigo, o Ronwen Williams, goleiro do Sundowns e da África do Sul, postou no Instagram e aí fui ver e ter essa noção. Fiquei muito feliz, é incrível, vivi um ano maravilhoso com muitas conquistas, e ser indicado ao Prêmio Puskás do lado de grandíssimos jogadores é sensacional”, iniciou.
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“Claro que sim (dá para ganhar o Puskás), se está lá entre os melhores gols, acredito que sim. Só de estar lá já é algo incrível. Se eu ganhar, vai ser melhor ainda, vai ser maravilhoso, espero que muitas pessoas possam votar em mim”, completou.
A votação para definir o vencedor do Puskás vai até o dia 3 de dezembro, através de um aplicativo específico da Fifa. Mais detalhes sobre o processo de votação podem ser encontrados no site oficial: fifa.com/pt/the-best-fifa-football-awards/2025.
Veja outras respostas de Lucas Ribeiro ao 365Scores:
Possibilidade de vencer Yamal no Prêmio Puskás
“Será incrível (ganhar do Lamine Yamal), ainda mais que é um jogadoraço, de um grandíssimo clube que é o Barcelona, também fez um golaço.”
Experiência na Copa do Mundo de Clubes
“Foi uma experiência incrível. Foi incrível estar com grandíssimos jogadores, com clubes de alto nível, e também poder representar a África do Sul, o continente africano. A gente fez uma boa atuação, hoje todo mundo conhece o (Mamelodi) Sundowns. Quase que a gente consegue uma vitória contra o Fluminense, mas acabou não acontecendo.”
“Nem tinha essa noção toda (da proporção da Copa de Clubes). Antes do Mundial, eu já queria era férias. Até meus amigos falavam: ‘tá louco, todo mundo vai olhar’. E no momento que eu cheguei lá e comecei a ver e entender que as coisas eram gigantescas. Fiquei muito feliz de ter jogado contra o Fluminense, mais feliz ainda de ter feito uma boa atuação, uma boa competição. Vai ser uma competição que vai ficar marcada para a minha vida, porque depois muitos clubes entraram em contato comigo.”
Sondagem do Cruzeiro e propostas de Fluminense e clube do Catar
“O Cruzeiro também fez contato. Talvez não era o momento certo de eu vir, mas esse desejo de voltar para o Brasil sempre existiu e sempre vai existir. Financeiramente, (a proposta do Catar) ia me ajudar bastante e para o Brasil também seria maravilhoso jogar no Fluminense, minha primeira vez em um clube profissional no Brasil, seria incrível.”
Tem vontade em jogar no Palmeiras, clube do coração do seu pai?
“Seria incrível porque meu pai é muito fanático pelo Palmeiras, mas atleta profissional ama aquele clube em que joga. Se tiver esse privilégio de jogar no Palmeiras, meu pai vai ficar muito realizado. Mas se for outro clube, ele também vai se sentir realizado porque no Brasil tem grandíssimos clubes. Defender qualquer clube no Brasil seria muito especial.”
Assiste aos jogos do futebol brasileiro?
“Eu acompanho pouco (o futebol brasileiro), não vejo muito futebol. Confesso que em casa não falo muito sobre futebol, fico assistindo outras coisas, porque a gente já vive muito futebol. Mas eu fico vendo Palmeiras, às vezes o Flamengo também, que hoje são as duas melhores equipes. E o Mirassol também, que está fazendo uma competição incrível. Me encanta é que o futebol brasileiro é maravilhoso, a qualidade de jogo, a atmosfera, os torcedores…”
Quebra de contrato com o Mamelodi Sundowns
“Não posso falar muito sobre esse assunto (saída do Sundowns) porque ainda está pendente. Fiquei muito triste por chegar a esse ponto. Fui muito bem recebido na África do Sul, as pessoas lá gostam muito de mim. Eu fiz pelo clube assim como o clube também fez por mim, foi uma ajuda de ambos os lados. Espero que essas coisas possam se resolver logo.”
Escolha pelo Cultural Leonesa, da Espanha
“Depois que quebrei o contrato, meus empresários conversaram bastante comigo e eles tomaram um pouco essa decisão para vir para a Espanha. Foi uma decisão muito maravilhosa, estou muito feliz, vivendo um momento incrível. Foram momentos muito difíceis para mim, psicologicamente, muita coisa acontecendo. Depois do Mundial de Clubes, era um momento da minha carreira para fazer uma boa escolha e, do nada, as coisas já mudaram e tive que quebrar o contrato.”
“No Leonesa, os torcedores me receberam, quando marquei o meu primeiro gol, eles esperavam o gol mais do que eu. Estou muito feliz com a decisão de vir para cá, não sei o que vai acontecer no final da temporada, mas estou desfrutando aqui da Espanha, me sinto em casa.”
“O projeto deles foi muito bom comigo, também sempre gostei da Espanha e já falava um pouco de espanhol. Como no Brasil, aqui você faz um bom jogo, as pessoas já te olham e criam um interesse. Os torcedores gostam demais de mim, estou vivendo uma cultura maravilhosa. Foi uma decisão que não me arrependo.”
Dificuldade no início na Espanha e chance de encarar um gigante na Copa do Rei
“A única dificuldade que tive foi porque não fiz a pré-temporada por conta do que estava acontecendo. Então cheguei muito mal fisicamente. Aqui no Leonesa, a única coisa que tinha que fazer era só me manter o mais rápido fisicamente, por isso que quero agradecer às pessoas que fizeram um trabalho incrível.”
“Com 27 anos, estou muito mais experiente, conheço muito mais o meu corpo. E gosto dessa adrenalina de torcedores cheio no estádio, todos os jogos aqui na Espanha são cheios. Estou muito feliz de ter me adaptado muito rápido, espero ficar fisicamente melhor ainda.”
“Claro que penso (enfrentar Real, Barcelona ou Atlético na Copa do Rei), meu sonho era poder jogar no Barcelona. Poder jogar contra o Barcelona, o Real Madrid, seria incrível, todos os clubes querem esse jogo, seria prazeroso para mim se isso acontecesse.”
Bastidores do jogo contra o Fluminense na Copa de Clubes
“Dentro do vestiário, quando fui trocar camisa com o Ganso, ele veio falar comigo e eu disse: ‘vamos devagar porque jogava contigo no PlayStation e agora tô contigo’. Aí ele: ‘não fala isso não, senão tá me chamando de velho’.
E também depois foi com o Thiago Neves, um cara sensacional, a gente conversou para caramba lá. Antes do jogo, eu vi o Thiago Neves, ele estava dando uma entrevista e o (Arthur) Salles, que jogava comigo, falou: ‘Thiago Neves está ali fora’. Eu saí correndo para ver ele, tirei uma foto, foi maneiro.”
Sonho na carreira
“Boa pergunta. Acho que já conquistei muitas coisas, já me sinto um vencedor independente de qualquer coisa, já vivi muitas culturas diferentes. Na minha carreira, pra fechar com chave de ouro, preciso desfrutar um pouco mais da minha cultura no Brasil, que não tive muito esse privilégio, só falta isso. Poder um dia voltar e ser campeão de alguma competição no Brasil seria maravilhoso.”
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