Leila revela tentativa de reforços e detona organizadas: “Não é tocando tambor e jogando bomba que vou contratar”
Leila Pereira concedeu entrevista nesta quarta-feira (11) para falar sobre o momento vivido no Palmeiras. A presença da mandatária do clube surge dias depois de sedes das Crefisa serem vandalizadas por torcedores. Segundo ela, pressão alguma fará com que ela mude suas atitudes de presidente.
“É inadmissível. Pressão é normal, mas é inadmissível atos de vandalismo contra um parceiro que está há nove anos no Palmeiras só colaborando com o clube. Quando a Crefisa e a Fam chegaram no Palmeiras, em 2015, um ano anterior o Palmeiras estava quase rebaixado. Ninguém nos procurou, nos espontaneamente viemos oferecer. A Crefisa e a Fam já colocaram no Palmeiras ao longo desse tempo cerca de R$ 1 bilhão e R$ 200 milhões“, iniciou.
“Não é tocando tambor e jogando bomba que vou contratar jogadores. Esses atos de vandalismo contra uma patrocinadora que só colaborou com o Palmeiras. Na pandemia, enquanto a maioria dos patrocinadores cortaram os patrocínios, a Crefisa e a Fam em nenhum momento suspendeu os pagamentos para o Palmeiras. Por isso que o Palmeiras conseguiu manter o emprego dos nossos trabalhadores intacto”, acrescentou.
Ainda segundo Leila, membros de torcidas organizadas não torcem para o clube, mas sim para entidades próprias. “O torcedor organizado torce pela entidade deles, porque se torcesse, não atacaria uma empresa que só está para colaborar. Não vandalizaria muros do clube. Isso é conversa fiada. São dogmas do futebol, completamente errados, que precisam ser discutidos e rechaçados”, comentou.
Dona da Crefisca, patrocinadora master do Palmeiras, Leila descartou que repensa os acordos do clube. “Temos contrato e vamos honrar até o final. Vou ser candidata a reeleição no Palmeiras e se o associado tiver confiança no meu trabalho e eu for reeleita, terei o maior prazer de continuar patrocinando. Mas nós faremos uma BID, uma concorrência, porque se vier alguém pagamento acima do valor que vou me propor a pagar, desde que seja uma empresa idônea”, disse.
“O futebol não é matemático. Vejam clubes que tem um banco espetacular e não ganham nada. A crítica seria: Não contratou de forma correta. Mas tudo bem, estamos aqui para receber e responder críticas. O que não admito é atletas serem ameaçados ou a presidente ser ameaçada. Isso é surreal. Desvaloriza o grande produto que é o futebol brasileiro. Isso não é normal. Não adianta vir SAF ou Liga, que vai ficar do mesmo jeito que está. Tem que combater essa violência que dirigentes e atletas vivem. Não estou tirando a minha responsabilidade. Não decido sozinha, mas a decisão final sempre é minha. O pessoal costuma dizer que me acho dona do Palmeiras e não. No dia que acabar meu mandato, eu pego minha bolsa e saio daqui. O Palmeiras não é de ninguém, é de nossos milhões de torcedores. A grande diferença é que só estou para ajudar o Palmeiras, não esses torcedores organizados, que é muito importante separar, quando reclamo é dos organizados.”
Falta de reforços
Parte da coletiva foi voltada para falar sobre os reforços que o Palmeiras supostamente negligencia. “Ano passado contratamos, alguns não se adaptaram. É um investimento alto e você não tem a certeza de que ele vai performar, é muito subjetivo, alguns atletas não se adaptaram, tivemos que emprestá-los”, iniciou.
“Em 2023, tivemos um pouco mais de cuidado, por responsabilidade financeira. Eu não vou sobrecarregar o Palmeiras financeiramente para dar satisfação a jornalistas, com todo respeito que tenho a vocês, alguns torcedores. Quem paga essa contratação é o clube e eu não posso sobrecarregar o clube acima do que é possível pagar. Eu penso o Palmeira a longo prazo. Quero que o Palmeiras continue sendo protagonista sempre”, completou.
A dificuldade em trazer jogadores atuando fora do país foi um dos tópicos. “Nós temos dificuldades de trazer atletas para o Brasil, os atletas não querem vir, e os meus atletas querem sair do Brasil. Não vou contratar atleta aposentado em atividade. Se não é aquele atleta que vá suprir as necessidades do nosso treinador, eu prefiro não trazer, prefiro dar espaço a nossa base, que é a melhor do Brasil, prefiro priorizar as renovações. Tivemos propostas para que vários atletas saíssem e consegui que eles ficassem. Como? Melhorando as condições financeiras desses atletas. Minha prioridade sempre é manter os nossos atletas, que estão trabalhando há bastante tempo conosco, tem ligação com o Palmeiras”, começou.
“A grande parte dos nossos torcedores compreende. Claro que ficamos chateados quando fomos desclassificados, mas é impossível ganhar todos os anos. Sou presidente há quase dois anos, nós conquistamos cinco títulos. Não sei se outro presidente com tão pouco tempo conquistou tanto quanto a nossa gestão. Eu entendo que o torcedor fica chateado. Ninguém fica mais chateado que eu, chateada. Quando ganha, nunca é a presidente. Quando fui eleita presidente, eu tinha certeza absoluta dessa pressão, acho normal em um clube tão grande quanto o nosso”, explicou.
Veja outras respostas da coletiva
Reforços que não quiseram vir para o Brasil
“No meio do ano tentamos sim, mas os atletas que foram escolhidos pela nossa comissão técnica não quiseram vir jogar no Brasil. É muito difícil morar aqui, a insegurança do nosso país, dos nossos clubes, causam verdadeira repulsa. O próprio Abel na última coletiva dele falou isso, que tivemos que liberar alguns atletas no meio do ano por causa disso. Eu entro nas negociações quando não está andando na velocidade que eu penso, eu mesmo ligo, falo com o atleta, falo com o empresário, e essa é a dificuldade que nós temos. O Palmeiras tem planejamento sim, mas nosso planejamento é feito dentro da Academia de Futebol. Em hipótese nenhuma vamos planejar por pressão de torcida organizada. Eu respeito profundamente nossos 20 milhões de torcedores que não são só da vitória. O Palmeiras hoje é um clube modelo de administração. Olha o que nós temos aqui, essa Academia de Futebol, vários clubes vêm conhecer, olha essas revelações na base, olha os últimos anos o que nós somos hoje. Acho que isso enche de orgulho a grande maioria dos torcedores. Pode ter certeza de que pressão externa de torcida organizada não vai mudar uma vírgula do que pensamos sobre o nosso Palmeiras.”
Sobre a questão do avião
“Só em economia neste período, foram R$ 3 milhões. Onde há conflito de interesse quando eu que ponho o dinheiro? A outra questão é de que eu uso a marca Palmeiras para divulgar minha empresa. Se eu oferecesse avião gratuitamente para qualquer clube do Brasil, falar: olha, clube A, tome meu avião’ . Posso dizer que você está usando meu avião? É óbvio que iriam aceitar. Se eu deixar esse avião parado quando o Palmeiras não joga, sabe o que acontece? Nada. Eu posso pegar o avião e chamar vocês para passear. A grande emoção (em anos anteriores ao patrocínio da Crefisa no Palmeiras) era quando não caía. Hoje as pessoas ficam estressadas porque de quatro Libertadores, ganhamos duas e em duas saímos na semifinal. Isso é ridículo.”
Samsung e WTorre
“Isso que me dói que em um clube de futebol o gestor tinha que ser responsabilizado por atos de sua gestão e isso não acontece. Por isso que a maioria dos clubes estão em situações catastróficas. Esse caso da Samsung está beirando os R$ 50 milhões, perdemos em primeira, em segunda instância, porque o contrato foi rescindido antes do tempo, mas vamos tentar pelo menos diminuir esse valor nos tribunais superiores. Continua a briga jurídica, mas estamos tentando um acordo. Sobre a WTorre eu infelizmente não posso falar muitos detalhes porque esse processo de encontra em sigilo. O que posso dizer é que não se resolveu e eles continuam não pagando absolutamente nada.”
Novos patrocínios em 2024
“Até hoje não chegou nada. Estou sempre aberta a propostas, mas o que desejo é que finalize o nosso contrato de patrocínio em dezembro de 2024 e só então que vamos abrir para novas empresas que queiram patrocinar o Palmeiras.”
Continuidade de Abel Ferreira e comentários sobre violência
“Abel tem contrato conosco até dezembro de 2024, conversei com ele sim que é um desejo muito grande que tenho que ele fique comigo até o final do meu segundo mandato, se eu for reeleita. Ele não fala que sim e nem que não, mas eu vejo que o Abel está muito feliz aqui no Palmeiras Não dúvida que ele também fica chateado, que alguns tem a memória muito curta. Abel é o maior treinador da história do Palmeiras, mas ele não tem obrigação de vencer todos os campeonatos. Eu volto a falar da violência. Se chega nos atletas, na presidente, claro que ele tem receio que chegue nele Só assim no caos é que saem os fantasmas e nós não podemos deixar. O Palmeiras chegou a um nível de excelência, que temos que coibir esse tipo de gente. São pessoas que pensam como um futebol do passado, que não cabe mais. As pessoas relutam em descolar dessa imagem. “É pela força, pelo medo, que vamos impor.” Não vai.”
Críticas sobre o diretor Anderson Barros
“Ele no Palmeiras conquistou somente nove títulos, sendo duas Libertadores. É responsável direto pela contratação do maior treinador de futebol do São Paulo. Do São Paulo não, do Palmeiras. Não tenho dúvidas que é um profissional que qualquer clube gostaria de tê-lo. É uma pessoa equilibrada, correta, respeitosa, que eu tenho profundo orgulho de ter ao meu lado. Enquanto eu estiver aqui, o Anderson Barros será meu grande parceiro.”
Avaliação da temporada
“Eu quando renovei o contrato do Abel, eu falei com ele que queria pelo menos um título por ano. Fui modesta. Ano passado tivemos três. Esse ano nós tivemos dois Nós trabalhamos para ganhar todos os campeonatos. Infelizmente não conseguimos na Copa do Brasil e na Libertadores, por detalhes. Acho que foi boa. Gostaria que tivesse sido melhor, que nós sempre lutamos para conquistar o maior número de títulos possível sabendo que difícil. Estamos na luta do Brasileiro, complicado, mas estamos na luta. A gente luta sempre para conquistar o maior número possível.”
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