No futebol de alto nível, o tempo é uma moeda cruel. Uma semana fora parece um mês; um mês parece uma temporada. Para Gabriel Jesus, o relógio parou por exatos 332 dias.
Até a tarde desta última quarta-feira. Eram passados 17 minutos do segundo tempo quando o atacante brasileiro saiu do banco e substituiu o sueco Viktor Gyökeres na vitória de 3 a 0 do Arsenal sobre o Brugge, pela Champions League.
Gabriel Jesus encerrou um ciclo de “11 meses duvidando de si mesmo”, como ele mesmo definiu. O retorno do brasileiro não foi marcado por um gol, mas os sinais emitidos em sua breve atuação indicam algo talvez mais importante: a confiança está de volta.
“Você sempre fica se perguntando o porquê, a razão de tudo isso. A temporada passada não foi fácil para mim e, justo no momento em que entrei, comecei a jogar, a marcar gols e a atuar bem, isso acontece [a grave lesão no joelho]. Foram onze meses. Onze meses duvidando de si mesmo“, disse um emocionado Gabriel Jesus.
Entenda a lesão de Gabriel Jesus
Para entender o peso dessa volta, é preciso olhar para o prontuário médico. A lesão que tirou Jesus de combate por quase um ano não foi um incidente isolado, mas o capítulo mais severo de uma batalha contra as lesões.
Durante a Copa do Mundo de 2022, em dezembro, Gabriel Jesus sofreu uma lesão parcial no ligamento do joelho direito durante o jogo do Brasil contra Camarões, no encerramento da primeira fase. Ele passou por uma cirurgia e ficou mais de três meses parado.
Em 12 de janeiro deste ano, Gabriel Jesus rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo durante jogo contra o Manchester United, pela Copa da Liga Inglesa. Nova operação, agora fora dos gramados por quase 11 meses.
Como foi a reestreia de Gabriel Jesus contra o Club Brugge
Gabriel Jesus entrou na segunda etapa contra o Brugge. Embora o ritmo de jogo ainda esteja longe do ideal, os números mostraram um atacante bastante participativo.
Mesmo com tempo limitado, Jesus conseguiu finalizar três vezes.
- Pontaria: Das 3 tentativas, 2 foram no alvo (66% de acerto).
- Perigo Iminente: O dado de xG (Gols Esperados) de 0.36 é alto para um suplente em poucos minutos. Isso mostra que ele não estava chutando de qualquer lugar; ele estava bem posicionado.
- O “Quase”: Uma bola na trave e uma “grande chance perdida” mostram que o faro de posicionamento está intacto, faltando apenas a calibragem final.
A construção de jogo: Gabriel Jesus tocou na bola apenas 20 vezes, mas foi eficiente.
- Precisão: Acertou 14 de 15 passes (93%).
- Inteligência Tática: O mapa de calor e os dados de passes mostram que ele não apenas ficou na área. Ele recuou para dar opção (6 passes para trás) e tentou conectar o jogo (1 passe decisivo e 1 passe no último terço).
“Eu cheguei em boas posições, consegui finalizar as jogadas e acertar o alvo. Nas três chances que tive, acertei a meta. Óbvio que eu tinha que marcar. Mas, só de voltar depois de 11 meses e me movimentar da maneira que me movimentei hoje, estou muito satisfeito.”
| Estatística | Dados / Detalhes |
| Tempo em Campo | 29 minutos |
| Finalizações Totais | 3 chutes |
| Pontaria (No Alvo) | 2 (66% de aproveitamento) |
| xG (Gols Esperados) | 0.36 |
| Oportunidades Claras | 1 bola na trave, 1 grande chance perdida |
| Toques na Bola | 20 |
| Precisão de Passes | 14 de 15 certos (93%) |
| Inteligência Tática | 1 passe decisivo, 6 passes de segurança (trás) |




