Eberechi Oluchi Eze, nascido em 29 de junho de 1998 em Greenwich, Londres, não foi só o nome na goleada de 4 a 1 do Arsenal sobre o Tottenham no clássico disputado neste domingo, no Emirates Stadium, pela 12ª rodada da Premier League. Ele foi o executor: seu hat-trick histórico selou a vitória no Dérbi do Norte de Londres.
O camisa 10 do Arsenal personifica uma jornada de resiliência e talento técnico que agora culmina no topo. Sua história é um testemunho de ambição, e seu estilo de jogo — imprevisível, elegante e cirúrgico — é o reflexo de tudo o que ele superou.
Desde cedo, Eze enfrentou o lado cruel do futebol: peregrinou por academias como Fulham, Reading e Millwall. O momento mais duro, contudo, veio aos 13 anos, quando foi descartado pela base do próprio Arsenal, o clube de seu coração na infância. Essa dispensa se tornaria o motor de sua resiliência.
- Crise em Anfield! O Liverpool não para de perder
- Recordar é viver: Os 10 clássicos mais incríveis entre Arsenal e Tottenham
A trajetória nos clubes
Queens Park Rangers
A virada na carreira de Eze começou no Queens Park Rangers, onde ele se firmou profissionalmente a partir de 2016. Ele teve uma breve passagem por empréstimo no Wycombe Wanderers, experiência que o ajudou a desenvolver força física e maturidade.
No QPR, Eze se destacou com dribles, criatividade e gols, especialmente na temporada 2019–20, quando foi eleito o Jogador do Ano do clube.
Crystal Palace
Em 2020, ele deu um passo importante na carreira ao se transferir para o Crystal Palace, por cerca de 17 milhões de libras (R$ 120 milhões). No Palace, Eze se tornou o motor criativo do time. Ele brilhou em momentos decisivos e se firmou como um dos meias-atacantes mais empolgantes da Premier League.
Um dos pontos altos de sua passagem por Selhurst Park foi marcar o gol que garantiu a primeira grande taça da história do clube: a final da FA Cup de 2025. Logo depois, foi parte também da conquista da Supercopa da Inglaterra (Community Shield).

Retorno ao Arsenal
Em agosto de 2025, Eze finalmente realizou um sonho de infância: retornou ao Arsenal, 14 anos após ter sido dispensado da base. A transferência custou aos Gunners cerca de 67,5 milhões de libras (R$ 477 milhões), um investimento que mostra o quanto ele é valorizado.
O técnico Mikel Arteta destacou não apenas sua técnica, mas também a mentalidade de lutador de Eze, afirmando que ele traria “uma nova dimensão” ao meio-campo do Arsenal.
Na seleção inglesa
Eze já representou a Inglaterra nas categorias de base (sub-20 e sub-21) e estreou na seleção principal. Seu estilo criativo e versátil faz dele uma opção muito interessante para os Gunners e para Gareth Southgate — um jogador capaz de desequilibrar e pensar o jogo de maneira inteligente.
Fã de xadrez
Seu estilo de jogo cerebral e sua capacidade de antecipar a defesa adversária têm uma explicação fora dos gramados: Eze é um entusiasta do xadrez, modalidade que ele pratica online. Essa paixão por estratégia e paciência se traduz diretamente em sua visão de jogo e na execução de passes, dando-lhe uma vantagem tática clara no meio-campo.

