Contratação mais cara do Paris FC, ex-Flamengo Otávio fala sobre projeto do clube e sonho com Seleção em exclusiva ao 365Scores
Não é todo dia que você recebe um voto de confiança em um dos projetos mais ambiciosos do futebol europeu. Esse foi o caso do zagueiro brasileiro Otávio, contratação mais cara na história do Paris FC, que é considerado como o novo grande rico do velho continente e pagou mais de R$ 100 milhões pelo jogador formado na base do Flamengo.
“Irmão” menos conhecido quando comparado ao PSG, o Paris FC ficou 46 anos sem disputar a elite do futebol francês. Com o acesso nesta temporada, a equipe também assegurou um presente e futuro mais prósperos com a venda para bilionários nos bastidores. Raí, ídolo do São Paulo, é o embaixador do time.
Os dois times, inclusive, já foram um só. Tudo começou em 1969, com o futebol francês fragilizado por conta da Segunda Guerra Mundial. Neste ano, nasceu o Paris FC, que não tinha forças suficientes para se sustentar e optou por uma fusão com o Stade de France em 1970. O resultado foi a criação do Paris Saint-Germain.
Em 1972, uma nova crise atingiu as equipes, que optaram por uma separação: o Paris FC se manteve na elite da França e o PSG caiu para a terceira divisão. De lá para cá, porém, os papéis se inverteram e, hoje, um é o melhor da Europa, enquanto o outro procura voltar ao protagonismo.
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A grande distância fica apenas dentro das quatro linhas, uma vez que PSG e Paris FC podem não ser mais “irmãos”, mas são vizinhos. O recém-promovido manda seus jogos no Stade Jean-Bouin, que fica ao lado do tradicional Parque dos Príncipes. Por questões de segurança, porém, é raro que duas partidas aconteçam nos dois estádios em um curto espaço de tempo.

Com o brasileiro Otávio, o Paris FC deu o seu pontapé inicial na nova era. O zagueiro com passagens por Flamengo, Sampaio Corrêa, Famalicão e Porto foi comprado por 17 milhões de euros (R$ 110 milhões) no início da temporada, sendo a contratação mais cara na história do clube.
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Em entrevista exclusiva ao 365Scores, Otávio abriu o jogo sobre o projeto do Paris FC, que mira alcançar o topo do futebol francês e da Europa.
Você foi revelado pelo Flamengo. Como foi essa experiência? Reagiu bem à pressão de “crescer” no time mais popular do Brasil?
“Para mim foi muito bom. Chego no Flamengo com 13 anos e praticamente faço minha categoria de base, formação no Flamengo até chegar no profissional. Em termos de pressão, para você depois sair e jogar em outro lugar, num time grande, você já aprendeu um pouco no passado como lidar com a pressão da torcida e dentro do clube. Para mim foi muito importante, além do quesito de formação.”
Na época, qual foi sua maior dificuldade em se adaptar ao futebol profissional?
“Acho que a maior dificuldade que tive foi depois que estreei pelo profissional do Flamengo. Porque eu faço um jogo muito bom (contra o Palmeiras, no Allianz Parque), mas depois não jogo mais, sou emprestado. Depois da minha estreia achei que teria mais oportunidades, outras chances de jogar pelo profissional, até pelo momento que o Flamengo vivia. Acreditava que teria mais chances, mas aí volto para o sub-20, sou emprestado pro Sampaio Corrêa…”
Você foi cedo para a Europa. Como foi essa experiência na carreira? Sentiu que era o movimento certo a se fazer para evoluir mais?
“Não queria seguir no Brasil. Na época acho que eu tinha mais um ano de contrato com o Flamengo e eu não iria ser aproveitado mais, além de ter estourado a idade no sub-20. Eu já procurava um empréstimo para outro clube, e surgiu a oportunidade de ir para o Famalicão.
Eu vou, fico lá durante um mês treinando sem ser anunciado, sem saber se seria ou não. Acabou que fui anunciado no fim da janela, mas aí fiquei mais um mês sem jogar. Tive, então, oportunidade no sub-23 do Famalicão, aí depois de três meses eu tive oportunidade no time principal. Consigo me destacar e tenho mais oportunidades.”

E foi no Porto que você mais se destacou no futebol até aqui, né? Disputando partidas de Champions League, Copa do Mundo de Clubes… qual a maior dificuldade em manter o alto nível em partidas como essas?
“O começo foi um pouco complicado, porque até entender e cair a ficha de verdade (que estava num clube como o Porto)… No começo, quando cheguei, ainda tinha o jogo contra o Arsenal, pela Champions League.
Então eu tinha que me preparar mentalmente porque era meu primeiro jogo na Champions, só assistia pela televisão essas coisas. Deu vontade de chorar de felicidade por ser um sonho de criança realizado.
Mas o maior desafio foi lidar no dia a dia, entender que saiu de um clube menor e chegou num clube grande. Tinha que mudar muitas coisas, a forma de jogar, a cobrança, era totalmente diferente.
Sorte que ainda tinha o Pepe por lá, me ajudou bastante no início, assim como o treinador. Depois foi só tocar, que também tinham brasileiros. Conseguimos vencer a Supertaça também.”
Na Copa do Mundo de Clubes, você enfrentou o Inter Miami. Rolou alguma interação com o Messi?
“Sim, marquei um pouco (risos). Eu vou falar o quê (para ele)? Só ficava olhando com a sensação de realizar um sonho, o cara é um ídolo para todo mundo. É o maior jogador do mundo para mim, então, lá no Mundial, que tivemos um começo muito complicado por conta da situação que o clube vivia, foi uma experiência incrível.”
Você vê uma distância muito grande do futebol europeu para o brasileiro?
“Sim, vejo uma distância bem maior do europeu para o futebol brasileiro. Mas o futebol brasileiro tem muitos jogos, as condições também não são muito boas, como o gramado, as viagens longas que eles fazem.
No Mundial alguns clubes conseguiram se sobressair, mas acredito que tem uma distância muito grande, sim.”
Esse ano você tem mais um desafio, que foi ser a maior contratação do Paris FC, que é visto como o “novo clube rico” do futebol europeu. Como você vê o projeto ambicioso do time?
“É um projeto muito ambicioso do clube, das pessoas que estão por fora e por dentro do estafe, treinador. Pelo o que me apresentaram, quando cheguei aqui, me deixaram tranquilos, me passaram confiança, o grupo me acolheu muito bem para que eu pudesse desempenhar o meu melhor papel.
Eu não falo francês, sou o único brasileiro do time. Então para mim é muito complicada a adaptação. E também a liga que é muito diferente da de Portugal, muito mais intensa. Acredito que o projeto é muito ambicioso e daqui a um ano muita gente vai estar ouvindo o nome do Paris FC.”
Ao falarmos de time rico e Paris, não tem como não associarmos ao Paris Saint-Germain, uma espécie de vizinho de vocês. PSG e Paris FC ainda não se enfrentaram, mas já dá para sentir o clima de rivalidade entre os dois? Qual a sua expectativa para enfrentar o time que é visto como o melhor do mundo?
“A expectativa é muito grande, acho que o Paris Saint-Germain chegou em um nível muito alto pelo o que eles conquistaram, a Champions League, e fizeram no ano e pelo o que eles vêm fazendo. É um dérbi, né? Os dois times da mesma cidade, o estádio um do lado do outro.
Não vejo a hora de enfrentar eles para sentir a sensação das duas torcidas. Para mim, vai ser um dia incrível.”
Depois de voltar à elite após 46 anos, quais as expectativas para essa temporada? Vocês miram uma vaga em competição europeia?
“Sim, isso é algo que a gente almeja, um objetivo do grupo e do clube. Acho que cada vez mais a gente está melhor, evoluindo cada vez mais e entrosado, entendendo a ideia do jogador.
Como chegaram muitos jogadores novos, no começo foi difícil para estarmos em conjunto, fazer tudo em sintonia, mas agora está tudo encaixado. Agora é continuar, porque temos grandes metas nesse campeonato.”
Muito se fala agora Copa do Mundo. Como você vê a janela para disputar vaga na Seleção?
“Não acho que seja algo muito distante, não acho que seja impossível. Acredito que fazendo meu trabalho bem dentro do clube, com todas as concorrências que tivemos, se eu estiver bem, focado, há grandes chances de pintar uma vaga, ser convocado nos amistosos.
Tenho acreditado que estou fazendo meu trabalho muito bem. Se mantiver dessa forma, sempre buscando evoluir, o momento certo vai chegar.”
O Marquinhos é um ótimo exemplo e fica bem perto de você: convocado sempre pela Seleção, sendo que já foi capitão. Já rolou algum contato com ele?
“Ainda não (risos). Quando a gente se enfrentar, vai dar para conversar, ter uma resenha, trocar a camisa, essas coisas.”
Jogo rápido com Otávio:
Qual jogador mais difícil que enfrentou>
“Kai Havertz, do Arsenal”
Jogo mais marcante que participou?
“Final da Taça de Portugal pelo Porto (vitória de 4 a 3 sobre o Sporting)“
Sonho no futebol?
“Jogar pela Seleção ou pelo Manchester United”
Ídolo no futebol?
“Eric Bailly, ex-Manchester United que atualmente joga pelo Real Oviedo. Acho que temos estilo de jogo semelhante.”
Zagueiro em quem se inspira atualmente?
“Éder Militão ou Gabriel Magalhães, dois centrais que têm um estilo de jogo parecido com o meu”
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