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“Fiquei chateado”: Metinho abre o jogo sobre venda ao City e falta de chances no Fluminense

O volante Abemly Meto Silu, conhecido como Metinho, vive uma nova vida no futebol suíço após anos na base do Fluminense. Nascido em Matadi, no Congo, o jogador chegou ao Brasil ainda bebê, cresceu no Tricolor e realizou sonhos no Basel depois de rodar pela Europa.

Revelado pelo Fluminense, Metinho iniciou sua trajetória no futebol europeu aos 18 anos. O congolês naturalizado brasileiro passou pelo Troyes (França), Lommel United (Bélgica) e Sparta Rotterdam (Holanda) antes de chegar ao Basel.

Em entrevista exclusiva ao 365Scores, o jovem volante celebrou o momento atual na Suíça, onde conquistou o campeonato e a copa nacional, seus primeiros títulos como profissional.

“Esse momento está sendo surreal. Sempre digo aos meus amigos e familiares que estou vivendo uma das melhores fases da minha vida. Concretizei meu sonho de jogar uma Champions League, conquistei meu primeiro título como profissional e estou vivendo algo que sempre desejei. A Suíça tem sido especial para mim, dentro e fora de campo, e a sensação é realmente de estar em casa”, disse.

Metinho foi vendido pelo Fluminense ao Troyes, do Grupo City, por 5 milhões de euros, em julho de 2021. Antes de deixar o Tricolor, o jogador fez apenas uma partida no profissional, no Carioca do ano da saída. Ele revelou que a falta de oportunidade o deixou chateado.

“Na época eu era muito novo e queria ter tido mais chances no profissional, até para retribuir ao clube que me formou e que eu amo. Seria mentira dizer que não fiquei chateado. Qualquer um ficaria. Mas nem tudo depende da gente.”

Metinho em campo no Maracanã pelo Fluminense
Metinho em campo no Maracanã. Foto: Mailson Santana/Fluminense

Apesar disso, o amor pelo Fluminense segue intacto. Metinho, inclusive, planeja retornar ao futebol brasileiro e tem o Tricolor como prioridade.

“Claro, em um futuro próximo, pretendo voltar ao Brasil e, se for da vontade de Deus e tudo acontecer da maneira certa, minha prioridade sempre será defender o Fluminense”, declarou.

A história de Metinho com o Brasil se deu através do pai Abel, que deixou o Congo com o filho no colo para fugir da perseguição religiosa na África. No Rio de Janeiro, se instalaram na favela Cinco Bocas, em Brás de Pina. Antes de chegar ao Fluminense com 10 anos, ele ainda passou pelo futsal do Madureira.

Veja outras respostas de Metinho ao 365Scores:

Venda do Fluminense para o Troyes, da França

“As coisas acontecem no tempo de Deus. O Grupo City já havia me comprado ainda na base, então minha saída estava planejada. O que houve é que tudo foi antecipado porque o Troyes tinha acabado de subir para a Ligue 1, e o plano era que eu integrasse o elenco para o início da temporada.”

Momento na Europa

“Tudo que está acontecendo é surreal. Um dia era só um sonho jogar na Europa e, de repente, estou aqui disputando algumas das maiores competições do mundo, como a Champions League. Quem diria que um menino de Brás de Pina, que começou jogando por diversão, chegaria tão longe? Hoje só sinto gratidão a Deus por tudo que estou vivendo. É a palavra que descreve esse momento: gratidão.”

Experiências por França, Bélgica e Holanda

“Cada país por onde passei contribuiu para eu ser o jogador e a pessoa que sou hoje. Cada lugar tem sua história e seu estilo de jogo, mas no final o esforço e a dedicação sempre vencem. Misturei a ousadia do futebol brasileiro com a técnica do futebol europeu, e tudo se encaixou. A vida é uma escola, aprendi muito em cada país, tanto tecnicamente quanto mentalmente.”

Bem-estar da família após dificuldades na vida

“Uma das minhas prioridades sempre foi o bem-estar da minha família. Eles são a minha base. Se eles estiverem bem, eu também estou bem aqui na Suíça. Meus pais moram no Brasil e não aqui comigo, mas sempre que podem vêm me visitar e passar férias. Procuro oferecer o melhor para eles, porque só cheguei até aqui graças ao apoio da minha família, que esteve comigo quando eu não tinha nada. É mais do que justo retribuir tudo isso.”

Amor pelo Fluminense e período em Xerém

“Sempre digo que o Fluminense é o meu time do coração. Sou muito grato ao clube pelo ser humano que me tornei. Em Xerém, eles não formam apenas jogadores, mas pessoas. Vivi grandes momentos lá, inclusive como capitão do sub-17. Foi o início de tudo. Tenho o desejo de, um dia, retribuir tudo que vivi na base, agora no profissional.”

“Sempre que posso acompanho o Fluminense. Se dependesse de mim, veria todos os jogos (risos), mas por causa do fuso horário às vezes fica difícil. Quando estou de férias no Brasil, sempre que dá vou ao Maracanã ver o Fluzão. Tenho contato com alguns jogadores, não necessariamente do elenco atual, mas de quem estava no clube na época da base.”

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Fellipe Perdigão

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