Exclusiva 365Scores: Treinador de goleiros nos EUA, Jefferson analisa Botafogo e revela sonho de trabalhar na Seleção
Por: Fellipe Perdigão e Lucas Pires
Ídolo que marcou época no Botafogo, o ex-goleiro Jefferson hoje é treinador de goleiros das categorias de base do Orlando City. Em entrevista exclusiva ao 365Scores, o ex-jogador analisou o atual momento vivido pelo alvinegro e falou sobre sua experiência nos Estados Unidos.
Jefferson revelou ao 365Scores que pretende retornar ao Brasil para exercer a profissão de treinador de goleiros, pensando, inclusive, em trabalhar na seleção brasileira.
Confira a entrevista de Jefferson ao 365Scores:
Na sua época a gestão do Botafogo era diferente, sem a SAF. Com esse novo modelo, o que você vem achando das mudanças frequentes no Botafogo e futebol brasileiro como um todo?
“Eu fico muito feliz de poder ter feito história no Botafogo, confesso que nunca imaginava chegar onde eu cheguei. Ser considerado o terceiro jogador que mais vestiu essa camisa é uma honra.
Hoje estou do outro lado, acompanhando o Botafogo pela telinha e sendo torcedor que tem uma outra visão por já ter sido jogador. É outro Botafogo da minha época. Virou SAF, e muitas pessoas não imaginavam o quão rápido se tornaria campeão brasileiro, da Libertadores.
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Isso é bom, mas por outro lado faz com que nós (torcedores) queiramos sempre mais. Vejo o Botafogo tendo que repor as peças que saíram, mas entendo a situação do (John) Textor. Esse ano não saiu do jeito que imaginávamos, claro que ainda tem mais uma competição, mas para o ano que vem vamos aprender com esses erros e fortalecer para brigar por títulos. Hoje é um Botafogo mais respeitado, e não podemos perder esse timing.”
Por conta das conquistas de 2024, muitos torcedores comparam novos jogadores do Botafogo com você em questão de idolatria. Como vê essas comparações?
“As conquistas de 2024 deixaram esses jogadores na história do Botafogo. Tem jogadores que se tornam ídolos pelas conquistas e outros pela identificação, lealdade. Tem vários quesitos para ídolos. Eu entendo a situação do Botafogo, precisa repor as peças que foram embora à altura. Essa comparação de jogadores que jogaram em 2024, em 1995, acho uma besteira, é desnecessária. Cada um tem sua história.”
O Botafogo vendeu o John e o Neto se machucou. Você acha que a diretoria fez o movimento errado em negociar o John?
“O John fez sua história no Botafogo, conseguiu os títulos da Libertadores e do Brasileiro, deixou a marca dele. Os goleiros que entrarem no lugar vão ter essa responsabilidade de fazer o que o John fazia.
A contratação do Neto foi por ser um goleiro experiente, mas é uma identidade que precisa criar com o clube, tem o ritmo de jogo em outro país… Tudo isso gera um tempo, e o Neto não teve esse tempo, entrou já tendo que mostrar porquê veio.
Depois que se recuperar, ele vai ter esse tempo para entender o futebol brasileiro, e acredito que vá trazer muitas alegrias como trouxe em outros clubes. Sobre a venda do John, é mais questão da diretoria, não podemos falar porque não sabemos o que aconteceu.”
Quando surgiu a vontade de se mudar para os Estados Unidos? Como vem sendo essa experiência, transmitindo seus conhecimentos sobre o futebol em um país que não tem tanto essa cultura?
“Desde o início eu já tinha esse sonho de mudar para os Estados Unidos com a minha família e poder dar uma oportunidade para as minhas filhas de estudar num país diferente. Depois que eu parei de jogar, em 2018, fiquei um tempo na minha cidade em São Vicente (SP), e em 2022 decidimos vir morar nos Estados Unidos.
No começo, elas não gostaram muito, mas sabíamos a importância delas virem. Hoje, já estão bem adaptadas, a mais velha cursando faculdade, fazendo esportes…
Quando cheguei tive diversos convites para ingressar em academias de goleiros, mas preferi esperar um pouco para saber onde estava pisando. Agora, surgiu a oportunidade de treinar os goleiros da escolinha do Orlando City, que tem uma projeção para subir de cargo.
Aqui é diferente, eles precisam conhecer bastante seu perfil, caráter, profissionalismo, aqui não é questão de currículo. Está dando retorno, os alunos e os pais estão gostando. Gosto muito de acompanhar a evolução e o crescimento dos jogadores.
Estou treinando um garoto chamado Murilo desde os 13 anos, já fazendo uns quatro anos, e hoje já tem um contrato fechado com o Bahia, (ele é) considerado o melhor goleiro da Flórida. O Orlando City está de olho nele…”
Pensa um dia em trabalhar no futebol brasileiro?
“Tenho um sonho de poder voltar ao Brasil, para ser treinador de goleiros. É uma coisa que eu amo fazer, sei fazer muito bem, no sentido de treinamento e performance. Já treinei com vários treinadores de goleiro e peguei experiências, como o próprio Taffarel, Flávio Tenius, Chiquinho…
Hoje a minha ideia é continuar treinando aqui no Orlando City, e quem sabe um dia aparece uma oportunidade boa no Brasil ou no sub-20, sub-17 da Seleção para poder estar iniciando. Seria um passo gigantesco.”
Números e conquistas de Jefferson pelo Botafogo:
- 459 jogos (3º maior na história)
- Campeonato Carioca (2010, 2013 e 2018)
- Série B do Brasileirão (2015)
- Melhor goleiro do Brasileirão (2011 e 2014)
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