Elenco do San Lorenzo reclama de atraso salarial, falta de comida e água quente no clube
Os jogadores do San Lorenzo emitiram um comunicado nas redes sociais na tarde desta quarta-feira (12) denunciando as condições precárias que enfrentam no clube.
Os atletas afirmaram que não recebem salários desde agosto e revelaram bastidores chocantes sobre a situação do “Ciclón”. Segundo o elenco, há falta de comida adequada e de serviços básicos no vestiário, como água quente.
“Desde o mês de agosto não recebemos, em alguns casos, a totalidade dos nossos salários, o que afeta diretamente nossas famílias e compromete o normal desenvolvimento de nossa atividade profissional”, diz o comunicado.
“A isso se somam outras dificuldades que enfrentamos diariamente: a falta de comida adequada, a ausência de serviços básicos no vestiário (água quente) e a falta de respostas concretas por parte da diretoria, apesar das reiteradas promessas de solução que nunca foram cumpridas”, complementam os jogadores.
O comunicado foi compartilhado por lideranças do elenco, como o atacante Andrés Vombergar e os zagueiros Nery Domínguez e Jhohan Romaña. Outros atletas do San Lorenzo também republicaram o texto em suas redes sociais.
Os jogadores afirmaram que foram pacientes até o momento, participando normalmente das atividades e competições em respeito à torcida e à instituição. No entanto, decidiram se manifestar por entenderem que não há condições mínimas de trabalho.
“Durante todo este tempo, fomos pacientes, responsáveis e respeitosos. Continuamos treinando, competindo e representando o clube com o maior compromisso possível, priorizando sempre as cores, a instituição e o seu povo. No entanto, sentimos que chegou o momento de levantar a voz novamente”, diz o comunicado.
“Não se trata apenas de uma questão econômica, mas também de respeito, dignidade e das condições de trabalho mínimas que todo trabalhador merece. A situação atual é insustentável e requer uma solução imediata e séria”, acrescentam.
Entenda a crise do San Lorenzo
O San Lorenzo vive uma grave crise financeira. O clube deve cerca de 5 milhões de dólares (R$ 27,3 milhões) a um fundo de investimento suíço referente à venda do atacante Adolfo Gaich ao CSKA Moscou, da Rússia, em 2020.
Para antecipar a quantia que receberia com a transferência, o clube argentino, então presidido por Marcelo Tinelli, recorreu à empresa suíça AIS Investment Fund e contraiu um empréstimo.
Quando o negócio foi concluído, o CSKA se recusou a enviar o valor diretamente ao fundo e transferiu o dinheiro ao San Lorenzo, que, no entanto, não quitou o débito. O fundo de investimento, então, acionou o clube na Justiça exigindo o pagamento, e, sem condições de arcar com a dívida, o Ciclón corre o risco de entrar em falência.
Além da crise financeira, o San Lorenzo enfrenta também um colapso institucional. Uma notificação judicial confirmou o retorno de Marcelo Moretti à presidência em outubro, após o dirigente ter se licenciado em abril por causa de uma denúncia de corrupção.
Ao chegar à sede para reassumir o cargo, Moretti foi recebido com insultos, pedras e outros objetos arremessados por torcedores, precisando deixar o local sob escolta policial.
Confira o comunicado dos jogadores do San Lorenzo
Nós, os jogadores do plantel profissional do Club Atlético San Lorenzo de Almagro, queremos manifestar publicamente nossa profunda preocupação e descontentamento perante a delicada situação que continuamos a atravessar desde o início da temporada.
Desde o mês de agosto não recebemos, em alguns casos, a totalidade dos nossos salários, o que afeta diretamente nossas famílias e compromete o normal desenvolvimento de nossa atividade profissional.
A isso se somam outras dificuldades que enfrentamos diariamente: a falta de comida adequada, a ausência de serviços básicos no vestiário (água quente), e a falta de respostas concretas por parte da diretoria, apesar das reiteradas promessas de solução que nunca foram cumpridas.
Durante todo este tempo, fomos pacientes, responsáveis e respeitosos. Continuamos treinando, competindo e representando o clube com o maior compromisso possível, priorizando sempre as cores, a instituição e o seu povo. No entanto, sentimos que chegou o momento de levantar a voz novamente.
Não se trata apenas de uma questão econômica, mas também de respeito, dignidade e das condições de trabalho mínimas que todo trabalhador merece. A situação atual é insustentável e requer uma solução imediata e séria.
Esperamos que as autoridades do clube ajam com a responsabilidade que o momento exige. Não buscamos o conflito, mas sim uma resposta concreta e justa que nos permita exercer nossa profissão em condições adequadas ao compromisso que sempre demonstramos.

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