A cidade de São Paulo se transforma nesta semana na capital mundial do vôlei feminino, sediando o Campeonato Mundial de Clubes na recém-modernizada Arena Pacaembu. O torneio promete ser um dos mais equilibrados dos últimos anos, colocando frente a frente a elite da Itália — que domina o cenário europeu — e a força tradicional do Brasil, que conta com o apoio apaixonado da torcida local.
Para o fã de vôlei, o evento é um “prato cheio” de narrativas e duelos individuais. Todos os olhos estarão voltados para o Imoco Conegliano, o time a ser batido, onde a brasileira Gabi Guimarães e a sueca Isabelle Haak formam uma dupla ofensiva que beira a perfeição, testando a cada jogo se existe alguma defesa capaz de paralisá-las.
Mundial de Clubes de Vôlei Feminino: Datas, horários, jogos e onde assistir
Do outro lado da chave italiana, o Scandicci chega com Ekaterina Antropova, cuja altura e potência podem desequilibrar qualquer partida e estragar a festa das favoritas.
Já a esperança brasileira reside na inteligência e na renovação. O Dentil/Praia Clube aposta na “mágica” das mãos de Macris para acelerar o jogo e confundir os bloqueios europeus, enquanto o anfitrião Osasco São Cristóvão Saúde conta com a juventude explosiva da argentina Bianca Cugno.
Gabi Guimarães (Imoco Volley Conegliano)
Após anos de glória na Turquia, Gabi aceitou o desafio de liderar o “dream team” do Conegliano na Itália, onde rapidamente provou ser a peça que faltava para manter a hegemonia do clube. A capitã da Seleção Brasileira não é apenas uma ponteira tecnicamente perfeita; ela é o motor emocional da equipe. Sua impulsão lendária compensa a estatura (1,80m) contra bloqueios gigantes, mas é sua onipresença no fundo de quadra e a liderança vocal que a tornam insubstituível.
Na atual temporada, a química de Gabi com a levantadora Wolosz e a oposta Haak tem sido o pesadelo das defesas adversárias. Gabi adicionou ao seu repertório uma agressividade ainda maior no ataque pela pipe, tornando-se uma válvula de escape de segurança máxima. Sua adaptação ao estilo veloz do campeonato italiano foi instantânea, colecionando prêmios de MVP e reafirmando seu status como a jogadora mais completa do mundo na atualidade.

Ekaterina Antropova (Savino Del Bene Scandicci)
Com impressionantes 2,02m de altura, Ekaterina Antropova é um dos fenômenos mais recentes do vôlei mundial. Nascida na Islândia e filha de pais russos, a oposta protagonizou uma “batalha” burocrática antes de optar defender a Seleção Italiana, onde hoje forma uma dupla letal (e por vezes disputa posição) com Paola Egonu.
No clube italiano Scandicci, Antropova evoluiu de uma promessa para uma realidade dominante, sendo peça-chave na conquista da CEV Cup de 2023 e mantendo o time como um dos principais rivais do Conegliano na Série A1.
Macris (Dentil/Praia Clube)
Macris é amplamente considerada uma das levantadoras mais técnicas e criativas de sua geração. Após uma passagem pelo vôlei turco (Fenerbahçe e THY), a medalhista de prata em Tóquio 2020 retornou ao Brasil para comandar o Praia Clube na temporada 2024/25. Sua assinatura é a velocidade: Macris tem a capacidade rara de acelerar o jogo e deixar suas atacantes contra bloqueios simples ou quebrados, mesmo quando o passe não chega perfeito em suas mãos.
Aos 35 anos, ela traz para a equipe de Uberlândia não apenas a precisão técnica, mas a liderança de quem já foi capitã da Seleção Brasileira e conhece os atalhos para vencer campeonatos nacionais e internacionais.
Bianca Cugno (Osasco São Cristóvão Saúde)
A jovem oposta argentina Bianca Cugno chegou ao Osasco na temporada 2025/26 carregando o status de “joia sul-americana”. Com 1,92m e vinda de temporadas de destaque na França (pelo Paris Saint-Cloud), Cugno explodiu definitivamente no cenário internacional ao ser eleita MVP da Copa América 2025, guiando a Argentina a um título histórico.
Canhota e com uma mecânica de ataque potente, ela se destaca pela facilidade em virar bolas altas e decisivas, algo que a torcida osasquense não via com tanta consistência há anos. Logo em sua estreia na Superliga, flertou com recordes de pontuação, mostrando que a camisa pesada do time paulista não a intimida.
Isabelle Haak (Imoco Volley Conegliano)
Apelidada de “Rainha do Norte”, a sueca Isabelle Haak é indiscutivelmente a maior máquina de pontuar do vôlei mundial hoje. No Conegliano, ela formou uma dinastia, empilhando troféus e prêmios de MVP (incluindo o do Mundial de Clubes e da Liga Italiana).
Haak combina uma altura privilegiada (1,95m) com uma técnica de ataque depurada, capaz de golpear a bola por cima de praticamente qualquer bloqueio duplo.

Onde assistir ao Mundial de Clubes Feminino?
O torneio terá transmissão da Cazé TV, no Youtube, e na VBTV, streaming oficial da Federação Internacional de Vôlei.
🏆 Lista de Campeãs: Mundial de Clubes de Vôlei Feminino
| Ano | Campeão | País |
| 2024 | Conegliano | 🇮🇹 ITA |
| 2023 | Eczacıbaşı | 🇹🇷 TUR |
| 2022 | Conegliano | 🇮🇹 ITA |
| 2021 | VakıfBank | 🇹🇷 TUR |
| 2020 | Cancelado (Pandemia) | — |
| 2019 | Conegliano | 🇮🇹 ITA |
| 2018 | VakıfBank | 🇹🇷 TUR |
| 2017 | VakıfBank | 🇹🇷 TUR |
| 2016 | Eczacıbaşı | 🇹🇷 TUR |
| 2015 | Eczacıbaşı | 🇹🇷 TUR |
| 2014 | Dinamo Kazan | 🇷🇺 RUS |
| 2013 | VakıfBank | 🇹🇷 TUR |
| 2012 | Osasco | 🇧🇷 BRA |
| 2011 | Rabita Baku | 🇦🇿 AZE |
| 2010 | Fenerbahçe | 🇹🇷 TUR |
| 1994 | Leite Moça/Sorocaba | 🇧🇷 BRA |
| 1992 | Olimpia Teodora | 🇮🇹 ITA |
| 1991 | Sadia | 🇧🇷 BRA |
🌎 Ranking de Títulos por País (Mundial de Clubes Feminino)
| País | Títulos | Clubes Campeões |
| Turquia 🇹🇷 | 8 | VakıfBank (4), Eczacıbaşı (3), Fenerbahçe (1) |
| Itália 🇮🇹 | 4 | Conegliano (3), Teodora Ravenna (1) |
| Brasil 🇧🇷 | 3 | Osasco (1), Leite Moça (1), Sadia (1) |
| Rússia 🇷🇺 | 1 | Dinamo Kazan (1) |
| Azerbaijão 🇦🇿 | 1 | Rabita Baku (1) |


