Conheça a seleção e o futebol de Cabo Verde, país que vai pela primeira vez à Copa do Mundo
Uma vitória de 3 a 0 sobre Essuatíni garantiu, nesta segunda-feira (13), muito mais do que simples três pontos a Cabo Verde. O resultado conquistado com gols de Dailon Livramento, Willy Semedo e Stopira no Estádio Nacional, em Praia, carimbou o passaporte do pequeno país para a Copa do Mundo de 2026. Uma classificação histórica: pela primeira vez, os cabo-verdianos disputarão a maior competição de futebol do planeta.
Com uma população de cerca de 600 mil habitantes espalhados por 10 ilhas vulcânicas no Atlântico (a Federação usa o slogan “10 ilhas, 1 nação, 1 sonho“), Cabo Verde prova que o futebol transcende tamanho: é sobre coração e propósito. Será o segundo país com a menor população a disputar uma Copa, atrás apenas da Islândia, que tem pouco mais de 400 mil habitantes e jogou o Mundial de 2018.
A jornada dos Tubarões Azuis
A seleção cabo-verdiana de futebol, apelidada de “Tubarões Azuis” em referência aos tubarões que habitam as águas atlânticas, só disputou sua primeira partida oficial em 2006, contra o Senegal. Afiliada à Fifa desde 2001 e à CAF (Confederação Africana de Futebol) desde 1986, a equipe representa um país sem tradição futebolística profunda, mas com um crescimento meteórico.
Os maiores feitos vieram na Copa Africana de Nações (CAN): quartas de final em 2013 (derrota para o Gana nos pênaltis) e em 2021 (eliminada por Senegal). Em Eliminatórias para Copas do Mundo, Cabo Verde nunca havia passado da fase inicial, mas a campanha para 2026 foi transformadora.
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Elenco humilde e jogador no Brasil
Segundo o site especializado Transfermarkt, o elenco completo de Cabo Verde está avaliado em pouco mais de 23 milhões de euros (cerca de R$ 143 milhões). Entre os atletas mais caros, está o volante Kevin Lenini, que tem um valor estipulado em 5 milhões de euros (aproximadamente R$ 31 milhões) e atua no Krasnodar, da Rússia.
Com a facilidade do português como língua nativa e a “proximidade” com Portugal, jogadores têm o costume de se mudar para a Europa em busca do desenvolvimento esportivo. Clubes como Estrela Amadora e União Torreense abrigam cabo-verdianos.
Mas não é só lá. O Brasil conta com um jogador nascido em Cabo Verde: Alessio da Cruz. O atacante de 28 anos nascido em Almere, na Holanda, chegou ao Athletic-MG em julho deste ano vindo do Fortuna Sittard (HOL). Atualmente, ele soma sete jogos pelo clube mineiro, com três oportunidades como titular. Alessio, porém, não foi convocado por Cabo Verde para os jogos da Data Fifa de outubro.
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Campeonatos e clubes: os desafios logísticos e as rivalidades
Embora o futebol cabo-verdiano seja modesto em escala, ele pulsa com paixão nas ilhas, servindo como cola social em um país fragmentado. O Campeonato Nacional de Cabo Verde, organizado pela Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF) desde 1976, é o principal torneio nacional.
Devido à geografia insular, a competição é dividida em fases regionais: a Liga de Barlavento (norte) e a Liga de Sotavento (sul). Os vencedores avançam para o Campeonato Nacional, disputado em formato de mata-mata, geralmente entre junho e dezembro.
O calendário é afetado por desafios logísticos, como voos caros entre ilhas, e o nível técnico é intermediário, com muitos jogadores migrando para a Europa. Os clubes principais concentram-se nas ilhas de Santiago e São Vicente: o Sporting Clube da Praia (de Santiago) é o “gigante” da capital, com estádio próprio e torcida fervorosa; o CS Mindelense (de São Vicente) é o clube mais titulado e histórico, fundado em 1919.
Outros destaques incluem a Académica do Mindelo (também de São Vicente, rival local do Mindelense), o Boavista FC (de São Vicente, com influência portuguesa) e o FC Derby (de São Vicente). Na Sotavento, times como o SC Minerva (de Santiago) e o Varandinha FC completam o cenário.
Os maiores campeões refletem a rivalidade entre as ilhas: o CS Mindelense lidera com 13 títulos nacionais (o último em 2019), seguido pelo Sporting da Praia com 10 conquistas. O campeonato é acessível, com ingressos baratos e jogos que param as ilhas – em Mindelo, por exemplo, o Estádio Adérito Pereira vira festa com ritmos de morna e funaná.
A Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF) investe na base com apoio da Fifa, mas o sonho de muitos jovens é a diáspora europeia, alimentando a seleção nacional.
Paixão insular: a “loucura” dos torcedores cabo-verdianos
A torcida de Cabo Verde é o verdadeiro motor dos Tubarões Azuis, transformando cada partida da Seleção em uma festa coletiva que transcende as ilhas. Com a Copa do Mundo de 2026 se aproximando, o fervor dos fãs atingiu níveis inéditos.
Um episódio marcante ilustra essa paixão avassaladora: após a vitória por 1 a 0 sobre Camarões, pelas Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo de 2026, dezenas de torcedores cabo-verdianos invadiram o gramado ao final da partida, não por vandalismo, mas por pura euforia coletiva. O resultado havia deixado o time a uma vitória da classificação histórica.

Esse “invasão festiva” viralizou nas redes sociais, simbolizando como os fãs, mesmo em um arquipélago isolado, se unem para apoiar o time. O sonho de ver sua equipe disputando uma Copa do Mundo finalmente virou realidade.
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