Cinco anos do incêndio no Ninho: Flamengo emite nota sobre tragédia; saiba como estão os sobreviventes

O incêndio no Ninho do Urubu completa cinco anos nesta quinta-feira. Os dez meninos mortos tinham entre 14 e 16 anos. Além das vítimas fatais, 16 garotos sobreviveram à tragédia. Até o momento, nenhuma pessoa foi punida criminalmente.

O Flamengo emitiu uma nota de esclarecimento (leia a íntegra abaixo) sobre o caso durante o intervalo do clássico contra o Botafogo, na noite de quarta-feira, no Maracanã. No comunicado, o clube afirma estar “aberto para alcançar uma composição com eles, a quem muito preza”.

O trecho em questão se refere à família de Christian, que não aceitou a proposta oferecida pela diretoria e decidiu aguardar a decisão na Justiça. Os familiares do goleiro cobram um valor à vista, já o clube entendeu a pedida como exorbitante e contestou as cifras.

O Flamengo entende que o valor ideal para indenização gira em torno de R$ 150 mil e 500 salários mínimos. Outra sugestão dos dirigentes é que fossem fossem pagos cinco salários mínimos por mês até a data em que Christian completaria 65 anos.

Além de Christian, morreram no dia do incêndio: Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos; Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos; Bernardo Pisetta, 15 anos; Vitor Isaias, 15 anos; Samuel Thomas Rosa, 15 anos; Athila Paixão, 14 anos; Jorge Eduardo, 15 anos; Gedson Santos, 14 anos; e Rykelmo Viana, 16 anos.

Por onde andam os sobreviventes?

Dos 16 garotos que sobreviveram à tragédia no Ninho, apenas três continuam no Flamengo, dois deles como jogadores. O goleiro Dyogo, de 20 anos, atua no sub-20, e o volante Rayan Lucas, de 19, já atuou pela equipe profissional no Campeonato Carioca.

O caminho diferente foi rumado por Jhonata Ventura, de 20 anos, que atuava como zagueiro, mas optou deixar a carreira para se tornar scout no fim do ano passado. A decisão foi tomada devido às sequelas do incêndio.

Jhonata ficou internado por 64 dias, pois teve 30% do corpo queimado e também inalou muita fumaça no alojamento. Ele foi submetido a três cirurgias. Apesar de ter tido acompanhamento psicológico e tentar retornar aos gramados, ele não conseguiu atingir as condições físicas ideais para competir em alto nível.

Os demais seguem em busca de uma carreira como jogador profissional. Cauan Emanuel, de 19 anos, teve seu contrato encerrado com o Fortaleza no fim de 2023. Dois jovens estão atuando no Paraná. Os atacantes Samuel Costa, de 21 anos, do Azuriz, e Pablo Ruan, de 21 anos, do Londrina, podem até se enfrentam pelo Campeonato Paranaense.

Mais sobreviventes

• Felipe Cardoso tem 20 anos e defende o Santa Cruz;
• Wendel Alves está no time sub-20 do Internacional. Ele tem 19 anos;
• Caike Silva atua pelo Barra, de Santa Catarina;
• Filipe Chrysman, de 21 anos, foi contratado no fim de 2023 pelo Central de Caruaru;
• Kayke Campos defende o Hatta Club, dos Emirados Árabes. Ele tem 20 anos e está no país desde o começo de 2022;
• Jean Sales, de 21 anos, foi para Portugal em 2021. Atualmente, defende o Santa Clara;
• Kennyd Lucas, de 19 anos, pertence ao Goiás e foi cedido por empréstimo ao Porto B;
• Naydjel Callebe, de 19 anos, migrou para o futsal;
• João Vitor Gasparin Torrezan, de 19 anos, está no Trieste, clube amador de Curitiba, e aguarda uma nova oportunidade no futebol profissional;
• Gabriel de Castro Ribeiro, de 20 anos, que na época do incêndio estava em período de testes no clube, joga futebol amador em Franca.

*Créditos: ge

Relembre o caso

No dia 8 de fevereiro de 2019, por volta das 5h da manhã (de Brasília), um incêndio tomou conta de parte do centro de treinamento do Flamengo, em Vargem Grande, no Rio de Janeiro. O fogo se alastrou pelos contâiners, onde jovens jogadores da base estavam dormindo, e vitimou 10 meninos, enquanto três ficaram feridos. Além deles, outros 13 conseguiram fugir a tempo do local no momento do acidente.

Leia a nota do Flamengo

“Amanhã fará cinco anos da maior tragédia da história do Flamengo. Perdemos dez jovens atletas e não podemos – nem queremos – esquecer disso. Temos que rememorar nossos jovens eternamente, a cada dez minutos de cada jogo e sempre.

Será um dia muito difícil para as famílias daqueles dez jovens atletas e isso consterna a todos nós e nossa grande torcida. É dia de lamentar e de pedir a Deus por eles. Dia de nos solidarizarmos com as famílias e dar condolências. 

O clube recebeu várias consultas de muitos veículos de comunicação. Sinteticamente, o clube tem a dizer o seguinte:

Desde o trágico dia, o clube prestou toda assistência às famílias, tanto psicológica, como financeira.

Após algum tempo e independentemente de processo judicial, o clube firmou acordo com nove das dez famílias que tiveram vítimas fatais e com todos os sobreviventes. Essas famílias consideraram justos os valores da indenização e os aceitaram.

A única família que não aceitou o acordo recebe, mensalmente, uma pensão do clube, independentemente de processo judicial, e o Flamengo continua aberto para alcançar uma composição com eles, a quem muito preza.

O Flamengo tem o maior respeito e carinho pelas famílias, de modo que externamos aqui, mais uma vez, nossos mais sinceros sentimentos a todos.

SRN“

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