Sheilla Castro: A trajetória da bicampeã olímpica e os bastidores que você não conhecia
Falar de Sheilla Castro no vôlei é falar de uma das maiores mentalidades vencedoras da história do esporte brasileiro. Bicampeã olímpica (Pequim 2008 e Londres 2012), a oposta marcou época pela precisão, inteligência e liderança em quadra.
Mas, por trás das medalhas de ouro e dos troféus de MVP, existem histórias de resiliência, conflitos com dirigentes e momentos de superação pessoal que moldaram a lenda. Em uma conversa reveladora ao Basticast, Sheilla abriu o jogo sobre sua carreira.
O embate com a presidência: “Eu virei a Sheilla lá fora”
Aos 20 anos, Sheilla tomou uma decisão que mudaria sua vida: jogar na Itália. No entanto, o caminho não foi simples. O então presidente da CBV, Ary Graça, tentou impedir a transferência.
“O Ary liga e avisa para o meu empresário que ele não iria assinar a minha transferência… Ele me chamou para conversar e disse: ‘você é jogadora de Seleção, eu não posso deixar você parar de evoluir.’ Eu respondi que, se eu fosse jogadora de Seleção, estaria treinando para a Olimpíada agora. Eu tinha 20 anos quando bati de frente com o presidente”, explicou.
Após a insistência, a transferência foi assinada, mas gerou uma mudança nas regras da federação. Sheilla destaca que sua afirmação como estrela mundial aconteceu primeiro em solo europeu: “Eu virei a Sheilla do vôlei lá, e não aqui”.
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A geração de ouro de 2008: O segredo do sucesso

Para Sheilla, o sucesso estrondoso daquela equipe não foi por acaso, mas sim fruto de uma mentalidade coletiva raríssima. Ela revela que o grande segredo do grupo foi a capacidade de colocar o objetivo comum acima de qualquer ambição pessoal.
Embora cada jogadora tivesse seus próprios desejos individuais — o que ela considera natural e saudável em atletas de alto rendimento —, o entendimento geral era de que o “nós” precisava ser sempre maior que o “eu”.
Essa sinergia absoluta refletia diretamente na qualidade da preparação. A intensidade era tão alta que Sheilla confessa que os treinamentos da Seleção chegavam a ser muito melhores e mais desafiadores do que as próprias partidas oficiais.
Dentro de quadra, o que se via era uma competição saudável: todas as atletas buscavam o topo e queriam ser as melhores do mundo, mas faziam isso impulsionando umas às outras, sem nunca atropelar uma companheira para brilhar individualmente.
O ano do silêncio: A relação com Zé Roberto Guimarães

Nem tudo foram flores na relação entre Sheilla e o técnico José Roberto Guimarães. Em 2007, um ano antes do ouro em Pequim, a jogadora passou por um momento de crise pessoal e profissional.
“Passei um ano sem falar com o Zé”, confessa Sheilla. Na época com 24 anos e lidando com problemas familiares (o primeiro AVC de sua avó), ela admite que a imaturidade da idade a fez “emburrar”.
“Não dava bom dia, ele ia fazer preleção e eu não olhava para ele. Coisa tão infantil. E o Zé era meu técnico na Itália e eu que levei ele. A gente perde tudo um ano antes da Olimpíada. Hoje, vemos que tinham jogadoras com depressão ou burnout”, disse.
Carreira de Sheilla Castro
Para quem quer relembrar a carreira de Sheilla Castro, aqui está o resumo de uma trajetória impecável pelos principais clubes do mundo:
| Período | Clube | País |
| 1998–2000 | Batavo Mackenzie | Brasil 🇧🇷 |
| 2001–2004 | MRV/Minas | Brasil 🇧🇷 |
| 2004–2008 | Scavolini Pesaro | Itália 🇮🇹 |
| 2008–2010 | São Caetano/Blausiegel | Brasil 🇧🇷 |
| 2010–2012 | Unilever/Rio de Janeiro | Brasil 🇧🇷 |
| 2012–2014 | Molico/Osasco | Brasil 🇧🇷 |
| 2014–2016 | VakıfBank Istanbul | Turquia 🇹🇷 |
| 2019–2020 | Itambé/Minas | Brasil 🇧🇷 |
🏆 Principais Títulos:
Seleção Brasileira:
- Jogos Olímpicos: Ouro em Pequim 2008 e Londres 2012.
- Grand Prix: 7 títulos (2005, 2006, 2008, 2009, 2013, 2014, 2016).
- Copa dos Campeões: 2 títulos (2005, 2013).
- Campeonato Sul-Americano: 7 títulos (2005, 2007, 2009, 2011, 2013, 2015, 2019).
- Copa Pan-Americana: 3 títulos (2006, 2009, 2011)
Por clubes:
- Mundial de Clubes (Osasco): 2012.
- Superliga (Unilever/Minas): 2 títulos (2010/2011 e 2019/2020).
- Campeonato Turco (Vakifbank): 2015/2016.
- CEV Cup (Pesaro, Itália): 2006 e 2008.
Assista ao Episódio Completo no Basticast
Quer saber mais detalhes sobre essas histórias e ouvir a própria Sheilla contando sobre os desafios da maternidade e sua transição para fora das quadras?
Confira o episódio completo abaixo:
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