Thiago Carpini não resistiu à pressão interna e da torcida, e deixou o cargo de treinador do São Paulo. Após mais um resultado ruim, desta vez contra o Flamengo, o trabalho do comandante foi interrompido no Tricolor.
Foram 18 partidas no clube paulistano sete vitórias, seis empates e cinco derrotas. Neste tempo, houve também a queda no Campeonato Paulista, para o Novorizontino, onde a equipe empatou mas foi eliminada nos pênaltis, e a derrota na estreia da Libertadores para o Talleres.
“Difícil pedir paciência ao torcedor”
Após a derrota para o Fortaleza, no Morumbis, na estreia do Campeonato Brasileiro, Carpini afirmou que entendia a revolta da torcida, que o chamou de burro na saída do gramado naquela oportunidade.
“É difícil neste momento pedir paciência ao torcedor do São Paulo. Em todo jogo, eles fazem uma festa linda no Morumbis, nos sentimos cada vez mais chateados por não darmos a resposta, o torcedor voltar chateado, manter o nível que tivemos em 45, 50 minutos em 80, 90 minutos para ter um resultado melhor. Entendemos a chateação do torcedor, porque é a nossa, também”, disse o técnico.
“Mas o que posso dizer é que a gente segue trabalhando, com paciência, por mais que seja difícil no momento, temos de trabalhar, evoluir, ver o que temos de melhor no próximo jogo, vendo aspecto físico. A chateação do torcedor é a nossa, mas se tem um ponto positivo no momento turbulento é o torcedor são-paulino”, complementou Carpini.
Início empolgante de Carpini
Sensação da última temporada pelos trabalhos no Água Santa e no Juventude, Carpini teve um ótimo início, com cinco vitórias e um empate nos primeiros seis jogos. Além disso, ainda venceu a Supercopa do Brasil contra o rival Palmeiras.
“Foi um divisor de águas. Agradeço a Deus, à diretoria, que teve coragem (de contratar um técnico jovem), à minha família, ao grupo do São Paulo, às pessoas, da maneira como o São Paulo me recebeu, que esses atletas compraram algumas ideias, seguindo o bom trabalho do Dorival”, disse após o título.
“Pela grandeza do São Paulo, conquistar o que faltava para nós. Mais um título histórico, mais um feito inédito. Esse grupo não está aqui de passagem. Não estão fazendo histórias bonitas na Copa do Brasil e na Supercopa. Nosso objetivo é marcar um período, uma época. O São Paulo teve bons momentos no passado dessa maneira. E que assim seja. Amor à primeira vista”, projetou.
Entretanto, após o começo meteórico, foram apenas três vitórias nos próximos nove jogos, somando três empates e três derrotas.
Carpini sempre foi o plano A
Na apresentação do treinador, em janeiro deste ano, o presidente do São Paulo, Julio Casares, afirmou que o Thiago Carpini sempre foi o plano A do clube no mercado para substituir Dorival Júnior.
Todo nosso processo de entrevistas sempre teve o Carpini como profissional gabaritado. Foi o primeiro profissional que conversamos e o único que falamos mais de uma vez. Carpini sempre foi nosso plano A e ficamos muitos felizes. Tivemos plena convicção de que ele é o técnico ideal para o São Paulo. Você (Carpini) terá todo nosso apoio”, disse Julio Casares.
No ponto mais alto de tensão entre o técnico com a torcida e o clube, o mandatário afirmou que a continuidade do treinador não dependeria de uma vitória contra o Flamengo, no Maracanã.
“O mau resultado incomoda técnico, dirigente, jogador, a torcida sobretudo. E vamos disputar esse jogo na esperança de reverter esse momento. Não vinculo nenhum resultado a qualquer decisão que possa acontecer. Sempre digo que, para reverter pressão fora de campo, tem que reverter dentro do campo. A esperança é que o São Paulo faça como no primeiro tempo contra o Fortaleza, quando o time jogou bem, mas a bola não entrou”, disse Casares em entrevista à ESPN.
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