O levantador Bruninho lançou, na última quarta-feira (6), sua biografia, chamada “Entre sombras e vitórias”. A figura histórica do vôlei brasileiro realizou um evento na Livraria da Travessa, no Barra Shopping, Rio de Janeiro, e falou sobre o processo de criação do livro.
Bruninho confessou que, inicialmente, foi muito cético sobre a ideia de lançar uma biografia. Porém foi convencido e quis contar a história das superações das adversidades que encarou no decorrer de sua carreira.
“Sempre fui cético em relação a lançar um livro, porque, apesar de nós sermos pessoas públicas, é difícil se abrir desta maneira. Mas a ideia deles foi essa, principalmente na Itália, onde é mais comum ver biografias de atletas. Eles me mostraram muitas biografias e falaram: ‘Tua história, principalmente como as vitórias foram forjadas, é muito rica, então a gente quer muito contá-la'”, iniciou Bruninho
“Foi ali que eu comecei a pensar: ‘Por que não?’ Por estar numa fase final de carreira, eu quero passar essa mensagem que não é só do esporte, mas sim para a vida. A esporte é sobre fardos, vitórias, derrotas que, de alguma maneira, te colocam ali que ‘o resultado que vale’. Mas a nossa vida é feita disso, de altos, baixos e obstáculos. Então é sobre contar como passar por isso foi difícil, mas, ao mesmo tempo, importante”, complementou.
Bruninho também falou sobre o processo de criação de livro. A biografia foi produzida durante mais de um ano, com entrevistas presenciais e online onde o levantador relembra momentos diversos de sua vida, tanto profissional, quanto pessoal.
“Foram muitas horas durante um ano e meio. No primeiro ano nós fizemos várias entrevistas, tanto online, quanto ao vivo. E aí você vai relembrando histórias e buscando outras lembranças. Então eu revia alguns jogos para tentar entender o sentimento que eu pudesse ter perdido durante todos esses anos. Foi uma volta ao tempo, muito emocionante lembrar de tantas coisas que foram muito positivas na minha vida”, disse o jogador.
O levantador também falou da dificuldade que foi saber separar a vida dentro de quadra, como jogador de vôlei, quanto a pessoal, com a família e amigos. Bruninho explicou que a vida dele era o esporte e afirmou que foi muito interessante contar a vida de um atleta.
“Foi muito difícil saber separar a minha vida fora do vôlei e dentro de quadra, porque ela foi, praticamente, o vôlei. O principal que eu quis contar foram os momentos difíceis. Foi ali que realmente mostra a superação, a volta por cima. Eu precisei falar sobre isso para revelar como é a vida de um atleta, pois muitas vezes nós só vemos as vitórias, os super-heróis e não sabemos onde ele pode realmente chegar num momento difícil”.
Bruninho também aproveitou para responder perguntas sobre sua carreira. O levantador afirmou que o francês Earvin N’Gapeth foi o melhor jogador estrangeiro que enfrentou, ao mesmo tempo que era o mais “maluco”.
“N’Gapeth foi o jogador estrangeiro mais fora de série que eu joguei e, ao mesmo tempo, o mais maluco. Se tornou bicampeão olímpico e duas vezes MVP olímpico, mas o pior era o que fazia fora da quadra. Cara completamente maluco, mas maluco do bem e os resultados falam por si só”.
Carreira de Bruninho
Bruno Rezende, o Bruninho, é um dos maiores jogadores da história do vôlei mundial. Filho do treinador Bernardinho, brilhou com a camisa da seleção brasileira, sendo campeão olímpico em 2016, além de conquistar duas pratas (2008 e 2012), o Mundial de 2010 e diversos títulos da Liga Mundial e Copa do Mundo de vôlei. É reconhecido por sua técnica, liderança e carreira vitoriosa tanto no Brasil quanto no voleibol europeu.
Títulos de Bruninho pela seleção brasileira:
- Campeão Olímpico – Rio 2016
- Campeão Mundial – Itália 2010
- Bicampeão dos Jogos Pan-Americanos – Rio 2007 e Guadalajara 2011
- Bicampeão da Liga Mundial – Belgrado 2009 e Córdoba 2010
- Bicampeão da Copa do Mundo de Vôlei – Japão 2007 e Japão 2019
- Campeão da Liga das Nações – Rimini 2021
- Heptacampeão do Campeonato Sul-americano – Santiago 2007, Bogotá 2009, Cuiabá 2011, Cabo Frio 2013, Maceió 2015, Santiago-Temuco 2017 e Brasília 2021
- Copa dos Campeões – Japão 2009, Japão 2013 e Japão 2017.
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